O momento de adquirir um bem ou serviço de alto investimento sempre dá um frio na barriga acompanhado da insegurança se vai caber no orçamento. Entre pesquisas das taxas de juros dos bancos para empréstimos e financiamentos, vale refletir sobre a possibilidade de se aderir a um plano de consórcio.
O setor está em crescimento, o ano de2020 foi recorde de vendas, que ultrapassou a marca de 3 milhões de novas cotas vendidas. Em 2021, até o mês de julho, o crescimento sobre o mesmo período do ano anterior foi de 31,1% em quantidade de cotas vendidas e de 65,1% em volume de créditos comercializados, como mostram os dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).
Seja para conquistar a tão sonhada casa própria, comprar um carro ou moto ou até mesmo organizar a festa de casamento, o consórcio pode ser um importante aliado. “Trata-se de uma ferramenta de autofinanciamento que resolve um problema de abrangência global, que é a dificuldade de as pessoas pouparem consistentemente para atingir algum objetivo”, diz Alexandre Caliman Gomes, sócio-fundador e diretor da Consorciei.
Por isso, o especialista listou cinco motivos para investir nesta modalidade:
1 – Poupança forçada
Sabe aquele dilema de guardar o dinheiro ou gastar em alguma compra por impulso? Ao contratar uma cota de consórcio essa preocupação não existe, porque será um valor com destino certo assim como as outras contas fixas.
O consórcio cria a necessidade de se pagar uma parcela mensal e consequentemente poupar algum valor periodicamente.
“Em torno de 30% apenas dos brasileiros conseguem poupar algum montante de dinheiro durante o período de 12 meses. No consórcio, esse percentual de sucesso ultrapassa 70% nesse mesmo prazo”, conta Alexandre.
A grande vantagem é que, diferente da poupança tradicional em que é necessário juntar o valor total para adquirir o que deseja, no consórcio é possível ser contemplado antes de quitar as parcelas e aproveitar a conquista. “O diferencial é que a pessoa tem acesso antecipado ao que almeja”, ressalta.
2 – Poder de compra preservado
Em tempos de inflação e aumento significativo do preço de alguns bens e serviços, o cliente perde poder de compra e não consegue mais comprar aquilo que anteriormente desejava.
Nesse cenário, o consórcio se torna um aliado, pois preserva o poder de compra do cliente até a data da contemplação, através do reajuste do bem objeto. Isso significa que se foi pago um percentual do plano de consórcio de um determinado bem e esse bem se valoriza 30% durante esse período, os valores já pagos também irão se valorizar 30% a fim de garantir que o cliente tenha condições de comprar o mesmo bem contratado no consórcio.
Alexandre exemplifica: “Se a pessoa começar um plano de consórcio para adquirir um determinado carro, ela terá a garantia de que, quando for contemplada, vai receber a carta de crédito exatamente do valor do carro que pretende comprar, mesmo que este tenha se valorizado desde o início do plano.”
3 – Custo vs. Financiamento
Consórcio não possui juros como um financiamento ou empréstimo, pois não existe uma instituição concedendo crédito em contrapartida de uma remuneração. Consórcio é uma ferramenta de autofinanciamento, na qual pessoas financiam pessoas através da organização de um grupo. Para organizar e garantir a saúde financeira do grupo, existe a administradora de consórcio, que cobra uma taxa para prestar esse serviço, chamada de taxa de administração.
Do ponto de vista do cliente, para decidir qual a melhor alternativa do ponto de vista de custo, deve-se comparar os juros mensais do empréstimo/financiamento com a taxa de administração do consórcio dividida pelos meses a partir da contemplação.
Em linhas gerais, quando a contemplação ocorre na primeira metade do prazo do grupo de consórcio, os custos dessa modalidade acabam sendo menores que a de um financiamento.
Além disso, no consórcio, a pessoa tem a oportunidade de construir uma poupança antes da contemplação, o que diminui o saldo devedor e facilita a aprovação do crédito quando for usar para aquisição do bem ou serviço.
4 – Sem entrada
Dentre as facilidades do consórcio, é importante mencionar que a modalidade não exige nenhum valor de entrada para se iniciar. Desta forma, conquistar um bem de alto valor se torna mais acessível.
Você determina o valor que deseja para a carta de crédito e o prazo de contratação, assim, é calculado o valor da parcela mensal.
Enquanto isso, o financiamento exige, em média, 20% do valor do bem como entrada. Fazendo com que muitos adiem os sonhos por não terem feito uma reserva para esse tipo de investimento.
5 – Flexibilidade
Ao ser contemplado no consórcio, a carta de crédito é válida para adquirir o que desejar, desde que esteja de acordo com as regras do tipo de bem do grupo escolhido. Para ilustrar, com uma carta de crédito para automóvel, ainda que o consórcio seja referente a um modelo ou marca específicos, é possível comprar o modelo que preferir.
Mas, se ainda não escolheu ou não encontrou o que tinha interesse, a carta de crédito pode ser usada em outro momento.
Outra utilidade pouco conhecida é que caso o valor do carro seja menor que a carta de crédito, a diferença não é perdida. É possível usá-la para despesas como a contratação do seguro ou o IPVA, por exemplo.
O consórcio de imóvel segue a mesma premissa e a carta de crédito pode ser usada tanto para adquirir um imóvel ou terreno, para reformas e até mesmo quitar um financiamento, desde que a carta de crédito e o contrato de financiamento estejam no nome da mesma pessoa.