Os robôs de software apoiam na classificação de currículos e estabelecem canais de comunicação bidirecionais, capazes de manter os candidatos informados e engajados ao longo do processo seletivo, fazendo com que se sintam mais valorizados e respeitados
Segundo estudo da consultoria McLean & Company, realizado com quase mil líderes de RH em diferentes economias do mundo e publicado em dezembro do ano passado, sobre tendências globais para a área de recursos humanos em 2022, a estimativa é a de que o tempo médio para o recrutamento de profissionais, independentemente do segmento, cresça em até 25%. Isso porque recrutamento e retenção de talentos, mais do que nunca, passam a ser dois lados da mesma moeda, ou seja, em tempos pós-pandêmicos, quando o mundo do trabalho e suas relações caminham sob transformações irreversíveis, relacionadas a um novo modo de se produzir, errar na contratação significa necessariamente mais desgaste, rotatividade de risco, oportunidades perdidas e menos resultados.
Além disso, segundo o relatório, estratégias capazes de assegurar o bem-estar dos profissionais, diante de desafios como o modelo híbrido de trabalho, ganham forte evidência em 2022. “O que poucos profissionais e especialistas em RH no Brasil sabem é que a automação robótica é um instrumento que pode ajudar muito nestes desafios”, diz Edgar Garcia, vice-presidente regional da UiPath para a América Latina, empresa líder global na automação de processos via o uso de robôs digitais (RPA — Robotic Process Automation).
Segundo a UiPath, o setor de recursos humanos, ao lado de áreas como finanças, seguros, serviços compartilhados, saúde, entre outras, é um dos que mais pode e tem se beneficiado da automação em seus processos e tarefas administrativas, o que também deve ser estendido ao recrutamento e retenção de pessoas. “Sabemos que os departamentos de RH estão hoje sobrecarregados com processos e papelada. Há diferentes sistemas de folha de pagamento, benefícios, gestão da aprendizagem, recrutamento e rastreamento de candidatos etc. O problema é que muitos desses sistemas não foram projetados para trabalhar em conjunto e compartilhar dados, e é aí que a automação entra, deixando o RH ainda mais humano, focado em gente”, diz Garcia.
Conheça abaixo três maneiras listadas pela UiPath por meio das quais a automação influencia e apoia o RH nas contratações e relações de trabalho:
1) Aquisições de talentos
Encontrar um conjunto de potenciais candidatos qualificados para as oportunidades nunca foi fácil e tem sido ainda mais complexo. Além da identificação mais assertiva dos perfis, cada vez mais a experiência dos candidatos, ao longo de todo o processo de recrutamento, conta muito na tomada de decisão. “A automação tem ajudado o RH tanto no mapeamento dos talentos quanto na gestão da seleção”, diz Garcia. Segundo o executivo, os robôs digitais podem ajudar a companhia a publicar vagas de emprego e acompanhar o interesse e a repercussão disso. Os robôs de software apoiam na classificação de currículos e estabelecem canais de comunicação bidirecionais, capazes de manter os candidatos informados e engajados ao longo do processo seletivo, fazendo com que se sintam mais valorizados e respeitados. “Diante da escassez de mão de obra qualificada, um processo seletivo suave, ágil, sem muitas costuras e que mantém a comunicação fluida com o candidato faz toda a diferença na disputa pelos melhores talentos. A automação tem ajudado nisso”, afirma.
2) O RH mais humano
A força de trabalho não é estática, sempre tem gente nova chegando, pessoas mudando de posição, trabalhadores temporários atuando ao lado dos permanentes etc. “É fácil imaginar o volume de trabalho que essa dinamicidade cria para o RH. Todos os dias tem informações a serem coletadas, traduzidas, atualizadas, em processos que são fundamentais para que a direção da empresa enxergue como a força de trabalho muda e o que é necessário fazer para prosperar”, diz Garcia. Segundo ele, é aí que a automação pode e deve entrar para fazer o registro de dados, coleta e preenchimento de documentação, gestão de contratos e compliance e atualizações. A automação pode contribuir para manter as operações de RH funcionando de forma mais suave, liberando a equipe para atuar em questões mais estratégicas, como o desenvolvimento de políticas, cultura, treinamentos etc. “O fato é que temos visto que quanto melhor o RH for executado nos bastidores, mais e melhor o negócio funciona. E isso é bom para os profissionais de RH, para todos os colaboradores, clientes e parceiros”, observa.
3. Remuneração e benefícios
A lista de fatores que atrai e retém talentos em uma empresa é ampla e hoje abrange muito mais que salário. As pessoas procuram equilíbrio entre vida pessoal e profissional, cultura e perspectivas de avanço. Mas é verdade também que a remuneração e benefícios sempre estarão no radar do candidato e terão muito peso na hora de escolher onde ficar. Por isso, segundo a UiPath, a automação tem sido utilizada em algumas empresas para agilizar processos e alterações em folha de pagamento e atualização em sistemas de bonificação. “Os robôs de software estão inscrevendo colaboradores em programas de benefícios e acompanhando o impacto disso na vida do profissional. Estão ajudando o RH a analisar médias salariais e dados de benchmarking para que o setor saiba quem está oferecendo remuneração competitiva no mercado. Essa informação é fundamental para o negócio”, pondera o executivo. Segundo ele, a automação tem tornado mais assertiva a tarefa de gerir pagamentos e benefícios, com mais eficiência e menor margem de erro, o que, certamente, contribui para a retenção de talentos, um desafio de qualquer setor profissional hoje.