Quem aí nunca teve uma crise de ansiedade na vida, levanta a mão
Para Fernanda Surian, atleta de alta performance há mais de 4 anos, seja dentro do box, na hora de imaginar se vai ou não chegar o fim do wod da maneira desejada, seja pensando na próxima competição e no tanto que vai ter que se aperfeiçoar, seja na vida, com tarefas, contas, objetivos, ser pego pela ansiedade é muito fácil, nos dias de hoje: “não conheço uma só pessoa que nunca tenha se sentido ansioso e tenha perdido a paz, mesmo que por um tempo, por imaginar como vai ser o futuro”, lembra ela. “É urgente conseguir controlar a ansiedade, porque é a melhor forma de conseguir agir sem pressa, sem medos e usando todo nosso potencial. Mas, como?”, questiona.
Segundo a atleta, a saída pode ser a auto-observação: “acontece que estamos o tempo todo vivendo para fora, esse é o movimento que nosso mundo pós-moderno nos impõe. Se a gente não para e pensa por um segundo, vai seguindo, como um piloto automático. Então, é preciso um esforço para parar (sim, parar de fazer tudo) e respirar. A respiração, por si, já ajuda a diminuir os batimentos cardíacos, a diminuir o fluxo sanguíneo, diminuindo, assim, os sintomas da ansiedade, e dando mais clareza ao pensamento”, lembra ela.
A partir daí, Fernanda explica: “é uma questão de observar a si mesmo: o que vem à sua mente? O que está deixando você ansioso? Por que isso está acontecendo? Quais são seus medos? Muitas vezes, questionar já é quase metade do caminho, porque as respostas começam a surgir. Mas, veja bem, no meu caso, não adianta impor, exigir as respostas. Elas acabam surgindo naturalmente. O importante é dar esse tempo para o corpo e para a mente e observar”.
Fernanda lembra que até na hora de interiorizar acabamos agindo de forma ansiosa: “esqueça o controle, coloque-se em posição de observador, apenas. Sei que é difícil, estamos acostumados a agir, a fazer sempre algo para ter um resultado. Mas simplesmente ser, sem esforço e sem pressa, pode ser o começo de uma reviravolta na sua mente. É possível controlar o que sentimos! Mas é preciso foco e aceitação. Aceitar a ansiedade, aceitar os medos, aceitar os pensamentos que vem, por mais loucos que pareçam”, explica ela.
Parar e respirar pode provocar uma enorme faxina na mente! “Quando a próxima crise vier, tente parar e observar, apenas. Entender quem a gente é e o que mexe com nossos sentimentos faz parte de evoluir, como ser humano e, porque não, como atleta, também. Já temos uma rotina de muitas metas, muitas exigências. Permitir que haja um pouco de paz nela é o mínimo que podemos fazer para nossa saúde mental e emocional”, finaliza Fernanda.