Investir em desenvolvimento interno não é mais um diferencial competitivo — é uma estratégia essencial para formar lideranças, reter talentos e preparar a empresa para o futuro.
Por Fauze Diab, diretor sênior de Recursos Humanos na Samsung Brasil
No atual cenário corporativo, marcado por mudanças constantes e alta competitividade, investir no desenvolvimento de carreira dos colaboradores deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade estratégica. Empresas que reconhecem o capital humano como pilar do sucesso estão cada vez mais comprometidas em oferecer oportunidades reais de crescimento, alinhadas à sua cultura organizacional e aos valores que desejam transmitir.
Com a chegada da Geração Z ao mercado de trabalho, essa necessidade se intensifica. Jovens profissionais valorizam ambientes colaborativos, propósito e aprendizado contínuo. Para atender a essas expectativas, muitas companhias têm desenvolvido programas de capacitação que vão além do treinamento técnico, abrangendo também habilidades comportamentais, visão estratégica e formação de lideranças. O resultado é uma força de trabalho mais preparada, motivada e alinhada com os objetivos da empresa.
Desenvolvido pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), em parceria com a Integração Escola de Negócios, o Panorama do Treinamento no Brasil 2023/2024 mostra que 94% das empresas já têm um orçamento anual definido para Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas (T&D). Além disso, 55% das ações são conduzidas por professores — seja presencialmente ou ao vivo em ambiente online. Outro dado relevante: 51% dos investimentos em T&D são direcionados à liderança, o que demonstra a atenção crescente das organizações à preparação de seus líderes.
Mais do que oferecer produtos e serviços de qualidade, empresas comprometidas com o desenvolvimento de talentos entendem que a capacitação é uma alavanca de competitividade. Ao investir em um colaborador, a organização fortalece vínculos de confiança e pertencimento. Essa aposta gera impactos práticos e emocionais, reduzindo a rotatividade e estimulando a inovação de dentro para fora.
Os programas de desenvolvimento podem assumir diferentes formatos — de trilhas de aprendizagem por área até universidades corporativas — e têm em comum o objetivo de preparar os profissionais para novos desafios e ampliar seu repertório. É o caso da Universidade Corporativa da Samsung, lançada em 2023 na América Latina. Com treinamentos modulados de acordo com a etapa da carreira e o nível de liderança, a iniciativa visa aprofundar competências técnicas e comportamentais, promovendo uma gestão mais eficaz e conectada com o futuro.
Embora seja impossível reter 100% dos talentos, é plenamente possível criar um ambiente que favoreça o aprendizado contínuo e o sentimento de pertencimento. Colaboradores que se sentem valorizados tendem a contribuir mais com ideias, propor melhorias e atuar com mais autonomia — o que naturalmente amplia a eficiência operacional da empresa.
Em resumo, formar talentos internamente não é apenas uma solução de RH, mas uma estratégia de negócio. Empresas que apostam nessa via constroem organizações mais resilientes, sustentáveis e preparadas para os desafios do futuro — com pessoas no centro das decisões e da transformação.