Um estudo revela que a habilidade criativa começou a ser colocada na balança por milhares de empresas na hora da contratação
A procura por profissionais dinâmicos no mercado de trabalho cresceu nos últimos anos, e a habilidade criativa começou a ser colocada na balança por milhares de empresas, na hora da contratação e promoção de seus funcionários. Segundo uma análise presente no Relatório do Futuro do Trabalho, publicado pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), a criatividade será a quinta atividade mais valorizada no universo do trabalho até 2025.
Um estudo do FEM elaborou um ranking com as habilidades que mais crescem em 2022. No pódio, está pensamento crítico e inovação, seguido por aprendizado ativo e estratégias de aprendizado e, em terceiro lugar, criatividade, originalidade e iniciativa.
De acordo com Denílson Shikako, idealizador e CEO da empresa de Gestão da Inovação Fábrica de Criatividade, o nome criatividade, a atividade de criar, faz com que a gente perceba que sempre existe uma segunda resposta. “Essa técnica deveria ser um gatilho mental para todas as pessoas que quiserem estar em competitividade no mundo atual. Imagine que você sempre tenha uma opção. Ao invés de comer banana, banana e banana, pode comer banana, maçã e chocolate. A ideia é sempre apresentar uma segunda opção. É você sempre perceber que existem outras opções e que elas podem ser melhores”, diz.
Denilson destaca que a criatividade pode ser tanto um talento como uma habilidade a ser desenvolvida. “Uma parte disso a pessoa desenvolve no instinto. O ser humano é criativo por natureza. A gente nasce com o poder de escolha. Uma outra palavra interessante para criatividade é poder de escolha. Tem gente que já nasce com uma pré-disposição para fazer mais escolhas, para pensar mais. No entanto, o que a gente aprendeu durante esses 15 anos fazendo projetos com inovação é como aprender a mexer no excel, aprender a andar de bicicleta. Você consegue aprender criatividade. Há um método para isso desenvolver. O mais importante é descobrir que pessoas que realmente aprenderam, que não tinham tanta predisposição, ganham de quem tem talento somente. Ou seja, você consegue chegar num nível estratosférico quando tem disciplina e obsessão por conseguir desenvolver sua criatividade”, diz.
Segundo o especialista, a criatividade pode ser uma forte aliada para superar desafios e gerar novas oportunidades. “Acredito que a criatividade é a maior aliada para conseguir chegar a novas oportunidades. Temos exemplos de projetos feitos na indústria e no varejo elaborados com nossos clientes que provam tudo isso. Tínhamos um colaborador que precisava resolver um desafio e como ele estava com muita demanda, não conseguia dar conta de tudo. Fizemos um processo para tentar achar uma resposta nova, de tentar achar um processo criativo, um processo focado.
A partir daí o executivo participou de um processo de inovação nosso e percebeu que já existiam soluções dentro da própria empresa. Só que eram soluções que já estavam em lugares separados. Ao analisar, percebeu que se os juntassem, isso não só resolveria o problema dele mas resolvia um problema sistêmico dentro da empresa. E isso fez com que a empresa economizasse mais de R$ 8 milhões, simplesmente unindo as opções que já existiam dentro dela. Com certeza, a criatividade é a maior aliada para conseguir ganhar dinheiro, para ganhar oportunidades, para conseguir melhorar processos, olhar para o diferente. Ela é a nossa maior amiga na resolução dos problemas”, afirma.
Para Denilson, a diferença de um profissional “normal” para um profissional criativo está na forma de pensar. “Para mim isso se baseia na sua segunda camada de pensamento. A pessoa normal pega o problema e já sai resolvendo. E já sai com respostas iguais ao que sempre fez. Um profissional criativo consegue parar para pensar, faz aquela “pose” de pensamento com a mão no queixo. Ele consegue pensar: será que existe uma segunda possibilidade? É aquele profissional que consegue sempre uma resposta a mais. Uma mais além”, descreve.
Pensando neste cenário, o especialista em criatividade e inovação da Fábrica de Criatividade recomenda cinco práticas para desenvolver a criatividade no ambiente de trabalho:
1 – Anote os problemas
As pessoas costumam pegar um problema e já sair resolvendo. Se você tem uma demanda, escreva, anote. Isso faz com que você tenha a visão do todo. Você consegue encontrar a raiz de tudo isso. Isso pode mudar a chave do entendimento do problema.
2- Pense numa segunda resposta
Se você escreveu o problema e anotou, você consegue achar uma segunda resposta. Sempre pense numa segunda opção. Isso pode mudar a visão, dar alternativas e mudar toda uma história.
3- Busque ferramentas
Você não precisa ser fera em matemática, você pode ter uma calculadora e um excel para fazer contas. Você não precisa prender um prego na parede com a mão, se você tem um martelo. Por que você não usa ferramentas para ter ideias? Ferramentas facilitam, ajudam e agilizam nosso trabalho. Busque ferramentas para ter nova ideias.
4 – Conte uma história
Depois que você de forma estruturada pensou em ferramentas e achou uma segunda resposta, tenta contar a história daquele problema para alguma pessoa. Conte em formato de história mesmo. Era uma vez…. Isso mostra que a pessoa que tinha um problema, tinha a opção A e B. A opção A era continuar o que estava fazendo. A opção B era achar uma resposta nova. Quando ele achou a opção nova, ela percebeu que isso era isso, aquilo tinha aquilo. Quando você conta para alguém aquele seu problema e a sua solução em formato de história geralmente começa a ter vários “insights” para garantir que a sua história seja mais concretizada. Você consegue tirar defeitos da história. Consegue arrumar. Consegue perceber coisas que não percebia. E essa pessoa que te ouviu consegue te dar alguns feedbacks muito importantes para melhorar. Então, conte a história do problema, a solução que você encontrou. Só de contar em formato de história, isso já vai te dar muitos “starlights”, muitas dicas para melhorar, deixar isso esculpido, mais bonito para ser testado.
5 – Após contar a história, teste ela
Você não precisa ficar gastando milhões de dinheiro, de tempo para chegar à ideia até o final. Teste a sua hipótese e pense como você consegue desenvolver a ideia até ela ser testada? Pense em várias formas diferentes para testar a sua hipótese
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