Com o avanço nas discussões sobre a regulamentação de criptomoedas no mundo todo – e com El Salvador sendo pioneira ao regulamentar o bitcoin o adotando como moeda legal -, já há empresas apostando no BTC como moeda para pagamento de serviços, produtos e colaboradores. Não à toa, dados do World Payments Report revelaram que criptomoedas podem representar 45% das formas de pagamento nos próximos anos, se destacando ante outros tipos de pagamentos emergentes, como a biometria.
De acordo com Rudá Pellini, autor do best-seller “O Futuro do Dinheiro e cofundador da Wise&Trus t – science-driven venture builder que cria e investe em negócios disruptivos com alto potencial de alcançar o mercado aberto -, os meios de troca, de pagamentos que viabilizam as transações, existem e estão em constante evolução desde que o mundo é mundo. “Na época do descobrimento, por exemplo, o pau brasil era moeda de troca. Por isso, não há dúvidas de que, cada vez mais, vamos poder fazer negócios com criptomoedas, quem sabe até mesmo CBDCs – moedas digitais emitidas por bancos centrais – em um futuro próximo. Hoje, por lei, temos que usar o real. Mas e se as pessoas resolverem usar outra moeda?”, questiona o especialista em mercado cripto.
Antigamente, por falta tecnologia, não era possível pensar na “desestatização do dinheiro” descrita – no livro que leva este mesmo nome – pelo escritor Friedrich Hayek. Mas hoje, as criptomoedas, assim como Pix, já promovem transações em segundos, 24 horas por dia, todos os dias da semana – e, no caso das criptomoedas, sem fronteiras entre países.
Acompanhando e promovendo essas mudanças, o PayPal, por exemplo, desde março conta com o Crypto Checkout para que seus clientes utilizem moedas digitais ao consumir dos quase 30 milhões de comerciantes online cadastrados na plataforma. Há cerca de um mês, anunciou ainda o serviço de compra e venda de criptomoedas no Reino Unido – permitindo que as pessoas adquiram, vendam ou mantenham ativos como o BTC e o ether em suas contas. A Visa também já sinalizou que quer usar criptomoedas em transações do dia a dia, tanto que está desenvolvendo um canal universal de pagamentos (UPC), para viabilizar pagamento e recebimentos, seja qual for a moeda, canal ou país.
Falando em pagamentos, a Deel remunera os prestadores de serviços, que atuam em todo o mundo, de várias formas, uma delas é o lor meio da casa de câmbio Coinbase. O login é feito através da plataforma da Deel direto na exchange, e ao receber a autorização a pessoa consegue enviar o dinheiro direto para sua conta – escolhendo entre Bitcoin, Ethereum ou Dash. O processo é simples, basta o prestador decidir receber por criptomoedas e já pode receber por meio de um dos ativos.
Para Cristiano Soares, country manager responsável pela operação e expansão da Deel no Brasil, o avanço das criptomoedas é uma realidade. “Hoje, o saque pela plataforma da Deel, por todos os profissionais, vem sendo linear e acompanhando o crescimento da plataforma. Estamos crescendo em torno de 30% a 35% ao mês. Esse crescimento vem acompanhado também por saques de criptomoedas. Cerca de 35% dos novos profissionais que entram na Deel escolhem fazer o saque por criptomoeda”, conta o executivo.
Segundo Rudá Pellini, estamos dando passos necessários, e as criptomoedas devem se fortalecer a cada dia nesse movimento de descentralização das finanças no mundo todo. “A transformação está acontecendo, estamos migrando de escassez para abundância, com uma concorrência saudável entre organizações privadas e públicas. E para quem tem dúvidas quanto à solidez das moedas digitais, trazendo uma reflexão de Friedrich Hayek novamente, ‘as moedas que prevalecerão serão as que mantiverem a reserva de valor’, e é nisso que acredito.”