Estratégia ou necessidade? A controversa redução de investimentos em marketing no setor de saúde
Da redação
Nos últimos anos, o setor de planos de saúde vem enfrentando uma série de desafios que têm impactado diretamente a qualidade dos serviços oferecidos aos consumidores. Surpreendentemente, um dos aspectos mais afetados tem sido o investimento em marketing, uma decisão que reflete uma realidade mais ampla e preocupante: a deterioração na qualidade do atendimento.
Desinvestimento estratégico?
O corte nos gastos com marketing pode parecer, à primeira vista, uma tentativa das operadoras de planos de saúde de economizar em meio a um período de custos crescentes e receitas estagnadas. Entretanto, especialistas apontam que essa redução também pode ser vista como uma estratégia para evitar atrair atenção para serviços que estão cada vez mais criticados pelos usuários.
Qualidade em queda
Relatórios recentes de agências reguladoras mostram um aumento nas reclamações relacionadas à cobertura de procedimentos, tempo de espera para consultas e atendimentos, além da disponibilidade de especialistas. Essa degradação nos serviços tem levado a uma percepção negativa por parte dos usuários, que se veem pagando mais por menos.
“Os planos estão mais caros e oferecem menos. Consultas e exames são um labirinto de burocracia. A sensação é de que a saúde do paciente deixou de ser a prioridade,” desabafa Marina Silva, usuária de plano de saúde há mais de dez anos.
Impacto do desinvestimento em marketing
A falta de investimento em marketing tem um duplo efeito negativo. Por um lado, reduz a capacidade das operadoras de comunicar eficazmente qualquer melhoria ou ajuste nos serviços que possam estar implementando. Por outro, transmite uma falta de confiança na própria oferta de serviços, o que pode afastar potenciais novos clientes e até mesmo manter os atuais desinformados sobre seus direitos e opções.
A perspectiva para o futuro
A tendência de cortar o marketing enquanto a qualidade dos serviços piora é insustentável. As operadoras de planos de saúde enfrentam o desafio de reinventar suas estratégias não só de comunicação, mas principalmente de operação e atendimento ao cliente.
Enquanto isso, os consumidores permanecem em uma posição delicada, pagando por um serviço que muitos consideram abaixo do padrão, e sem ver sinais claros de comprometimento das operadoras com melhorias. A situação atual dos planos de saúde no Brasil é, sem dúvida, um chamado para uma revisão urgente tanto das práticas empresariais quanto das políticas regulatórias do setor.