O dia 28 de fevereiro é dedicado ao Dia Mundial de Combate à LER/DORT. A data se torna significativa à medida que é de extrema importância a população se conscientizar sobre os malefícios que essas doenças causam e pratiquem atitudes para evitá-las.
Com o surgimento e avanço da pandemia provocada pelo novo coronavírus, as tradicionais configurações de trabalho mudaram. Muitas foram as empresas que, a fim de economizarem com o aluguel de espaço físico e não demitirem os seus funcionários, optaram pelo home office. Sem o contato direto com os seus colaboradores e sem a perspectiva de como eles estão exercendo suas funções, uma antiga, mas atual preocupação, se torna presente: a prevenção da LER e DORT.
O que é LER/DORT
Raphael Garcia, CEO da OCUPPE – Prevenção e Proteção ao Trabalho, explica que LER é a sigla para Lesão por Esforço Repetitivo, enquanto DORT é Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho. “A LER não é exatamente uma doença, é uma síndrome causada por um grupo específico de doenças, como tendinite, bursite, tenossinovite, epicondilite, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do pronador redondo, síndrome do túnel do carpo, mialgias, entre outros. Essas doenças causam inflamação e dores nos músculos, nervos e tendões, comprometendo o funcionamento do sistema musculoesquelético”, afirma.
Sendo assim, DORT relaciona-se a lesões que a LER engloba, mas que são ocasionadas exclusivamente no ambiente de trabalho. Os sintomas dessas doenças podem variar, mas basicamente são dores nos membros (podendo se desenvolver tanto nos superiores, quanto inferiores), fadiga muscular, inchaço, dificuldade e desconforto para movimentar-se, formigamento, além de alteração de temperatura e sensibilidade do local, decorrentes da inflamação.
O que causam as lesões por esforços repetitivos e como preveni-las?
A sobrecarga e a repetição de movimentos são os principais fatores, embora as condições psicológicas, como estresse e ansiedade também desencadeiam a tensão e o desgaste físico. Desse modo, tais doenças são provocadas pela atividade recorrente e inadequada não somente da região do corpo afetada, mas da estrutura física como um todo. Má postura e condições desfavoráveis de trabalho, como maquinários e mobílias impróprias, contribuem para o desconforto muscular. Ambientes como linhas de produção e escritórios são os mais recorrentes para esse tipo de enfermidade.
Embora seja responsabilidade da empresa se atentar à sua infraestrutura e analisar a rotina de trabalho a fim de não afetar a saúde ocupacional, o colaborador também desempenha um papel fundamental na prevenção e cuidado de seu próprio bem estar. Medidas como investir em móveis confortáveis, não exigir do funcionário além de sua capacidade física e o incentivo às ginásticas laborais são fundamentais para promover a segurança do trabalho. Enquanto isso, o colaborador deve participar das atividades propostas pela empresa e ficar atento a qualquer sinal de incômodo.
Como devemos agir diante do trabalho home office?
Com o distanciamento físico, a empresa passa a não ter controle sobre como as funções dos seus colaboradores são exercidas, nem conhecimento acerca da estrutura que compõe o novo espaço de trabalho. Portanto, embora continue pertencendo à empresa o papel de alertar e informar sobre possíveis lesões, o trabalhador se torna primordial no desafio de evitar distúrbios osteomusculares. Algumas dicas são:
- Tenha móveis confortáveis;
- Faça alongamentos durante do dia;
- Mantenha a postura ereta;
- Procure ajuda médica, se necessário, são ações recomendadas.