A liderança deve estar aberta para ouvir e se adaptar às necessidades de suas equipes.
Jorge Cabral – diretor de Recursos Humanos da Rentcars
Vejo a cultura organizacional como um fator essencial, responsável por moldar o ambiente de trabalho e influenciar diretamente a performance das empresas. Atualmente, com a competitividade acirrada e as expectativas dos colaboradores crescendo, compreender e desenvolver essa cultura se tornou fundamental. Isso porque a cultura de uma organização vai além de valores e crenças superficiais; ela é a essência que guia as interações diárias, as tomadas de decisão e o comportamento esperado pela companhia.
Um aspecto que me chama a atenção é a relação dessa cultura com o clima organizacional – o clima é uma manifestação da cultura, já que um ambiente positivo não apenas aumenta a satisfação dos colaboradores, mas também impacta a produtividade e a retenção de talentos. Onde trabalho, nossa taxa de turnover é baixa, de 3,45%, consideravelmente inferior à média de 6,7% em empresas de tecnologia no Sul do Brasil e muito abaixo dos 36% registrados no varejo nacional. Número que destaca a força do nosso ambiente de trabalho e o compromisso com o crescimento e desenvolvimento das pessoas.
Para priorizar espaços de trabalho saudáveis e motivadores, a dinâmica do clima organizacional é um aspecto crucial que podemos, e devemos, explorar constantemente. Práticas que promovem a comunicação aberta e a valorização do feedback são cada vez mais essenciais para o desenvolvimento e a satisfação dos colaboradores. Investir em um ambiente onde todos se sintam ouvidos e valorizados não apenas aumenta a produtividade, mas também fortalece o engajamento e a lealdade à empresa – já que reforça a cultura, manifestando um bom clima dentro da organização.
Outro ponto importante é que a cultura organizacional não é algo estático, ela pode e deve evoluir. Também tenho percebido que a humanização dentro das companhias, colocando as pessoas no centro das corporações, revela que o reconhecimento do valor individual de cada colaborador também impacta positivamente a sociedade – não apenas as companhias. Para isso, é necessário promover um ambiente no qual todos se sintam parte do propósito maior da organização.
Essas reflexões me fazem acreditar que, ao desenvolver uma cultura forte e positiva, as empresas se tornam mais resilientes e capazes de enfrentar desafios. Isso é especialmente relevante para nós, profissionais que buscamos não apenas um emprego, mas um propósito. Em um mundo onde é fácil mudar de carreira, a fidelização de talentos depende, em grande parte, da felicidade e satisfação no ambiente de trabalho. Cultivar uma cultura que favoreça o desenvolvimento pessoal e profissional é uma estratégia inteligente para as organizações.
A liderança precisa estar disposta a escutar e se adaptar às necessidades de suas equipes. Ela não deve estar apenas associada a poder e autoridade, mas sim à empatia e ao entendimento. Nós, líderes, temos um papel crucial na formação da cultura e sua capacidade de inspirar e nutrir um ambiente inclusivo pode fazer toda a diferença.
Tenho estudado bastante nesses últimos dois anos sobre o tema, por isso deixo abaixo três livros que foram importantes e relevantes nesse aprendizado:
- Cultura organizacional e liderança – Edgar H. Schein;
- Clima e cultura organizacional: entender, manter e mudar – Fernando Lanzer;
- Empresas humanizadas: pessoas, propósito, performance – Raj Sisodia, David B. Wolfe, Jag Sheth.
Movimentar uma cultura empresarial interna exige um trabalho contínuo e engajamento de médio a longo prazo. É fundamental manter uma mente aberta para nos adequarmos às demandas e desafios que surgem ao longo do tempo. Este processo envolve a colaboração de todos os níveis da organização, a implementação de práticas eficazes de comunicação e a promoção de um ambiente que incentiva a inovação e a adaptabilidade.