No Brasil, a demissão humanizada foi instituída nos anos 80 e surgiu como suporte para colaboradores e para redução de problemas trabalhistas.
Demitir não é tarefa simples. O desafio de incluir a demissão humanizada é grande para os RHs. Como implementar na sua empresa e fazer a liderança entender a relevância de um programa como esse tanto para o ex-colaborador quanto para a imagem corporativa?
Diante da pandemia e da crise no país e no mundo, a demissão humanizada se tornou uma ferramenta ainda mais importante para as empresas auxiliarem todos os níveis da organização.
Como, no entanto, investir e implantar uma boa demissão humanizada?
- Trate o colaborador como você gostaria de ser tratado
A base da demissão humanizada é simplesmente o conceito de que, no lugar do colaborador desligado, podia ser você. Como gostaria de ser tratado se estivesse nesse lugar?
O momento do anúncio da demissão é bem delicado. Pessoalmente ou virtualmente – realidade que temos enfrentado agora durante a pandemia, os profissionais envolvidos do RH deverão estar presentes para dar todo o apoio necessário tanto aos colaboradores desligados quanto aos colaboradores que permanecem na organização, amenizando reações e controlando de forma positiva a situação.
Na hora da demissão, traga à tona todas as conquistas/resultados realizados pelo colaborador ou pelos colaboradores. Dê foco a toda a estrada percorrida em conjunto com os profissionais e demonstre gratidão.
Trate o profissional com a mesma dignidade e carinho, indicando seus direitos e explique o que a empresa dará de suporte para ajudá-lo neste momento desafiador da carreira.
- Elabore uma carta de referência
A notícia da demissão por si só já é impactante e a pergunta é como agir para tornar o impacto menos doloroso?
Valorize a sua história na empresa – se possível, prepare não só a carta de demissão, como apresente uma carta de referência para ser utilizada em processos seletivos. O ideal é que essa carta seja entregue logo após o anúncio da demissão, porque o motivo da demissão é sempre questionado em todas as entrevistas com recrutadores.
- Escolha um programa de Outplacement de acordo com as possibilidades da empresa
Para amenizar os efeitos negativos da demissão, muitas organizações têm adotado novos procedimentos para, literalmente, humanizar a condução dos processos de desligamento.
O que pode ser feito inicialmente nas empresas? Uma das possibilidades é oferecer uma palestra de suporte inicial para ajudar a construir bem o LinkedIn e currículo, duas das ferramentas essenciais para a recolocação. É de extrema importância que o palestrante indicado trabalhe não só as ferramentas, mas a autoestima dos colaboradores, mostrando como se destacar no meio da multidão e como valorizar seus pontos fortes.
Além da palestra, existem outras modalidades com investimento baixo como, por exemplo, o Programa online de Outplacement que ajuda a resgatar autoestima com aulas de LinkedIn, como escrever o currículo em português e inglês, Storytelling para Entrevista, Design Thinking de Carreira, Marketing Pessoal, vídeos de profissionais de RH, coaches e consultores, entre outros.
Claro que os programas executivos de Outplacement continuam a existir no mercado, mas, é sempre bom avaliar se o fornecedor realmente oferece o que chamamos de demissão humanizada: contato próximo com o profissional, apoio na recolocação, ajuda na autoestima, parceria integrada e de verdade.
Hoje, mais do que nunca, o aspecto humano é fundamental neste apoio. Fazer com o que o profissional se sinta amparado e, ao mesmo tempo, desafiado a entregar o seu melhor, deve ser o objetivo das empresas de Outplacement.
Quando for escolher o seu parceiro de demissão humanizada, lembre-se sempre: trate seu colaborador como gostaria de ser tratado.
Por Vera Lorenzo especialista em Recursos Humanos