A CLT, em seu Artigo 130-A, já contempla a possibilidade de jornada reduzida de 6 horas para pais que desejam maior tempo com os filhos
Da redação @Mundo RH
Pesquisa divulgada pelo Infojobs, em conjunto com a iniciativa Filhos no Currículo, revela que 37% dos pais brasileiros já consideraram abandonar sua posição profissional para dedicar-se aos cuidados dos filhos. Esse dado ressalta a necessidade emergente de empresas adaptarem-se à crescente demanda por uma conciliação entre carreira e vida familiar masculina.
A sociedade tem enfatizado cada vez mais a importância da parentalidade ativa. Entretanto, muitas empresas ainda resistem em conceder benefícios, como a licença-paternidade de 20 dias, ampliável por mais 15, conforme estabelecido pelo Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016). “Esse período é crucial para a conexão entre pai e bebê. No entanto, há receio por parte dos profissionais em solicitá-lo, temendo impactos em sua carreira”, explica Ana Paula Prado, CEO do Infojobs.
A CEO também destaca a transformação comportamental recente, onde profissionais buscam mais flexibilidade. A CLT, em seu Artigo 130-A, já contempla a possibilidade de jornada reduzida de 6 horas para pais que desejam maior tempo com os filhos. Além disso, o trabalho remoto tornou-se uma alternativa cada vez mais explorada.
No cenário das redes sociais profissionais, são frequentes os relatos sobre os benefícios do home office. “Mesmo assim, alguns empregadores resistem, querendo retornar ao modelo pré-pandemia”, diz Prado, lembrando que o Brasil registrou 16 milhões de crianças sem o nome do pai entre 2016 e 2021.
Ana Paula enfatiza a importância das políticas empresariais em promover a parentalidade, incentivando igualdade de gênero e compartilhamento de responsabilidades na criação dos filhos. Isso fortalece laços familiares e constrói um futuro mais inclusivo.
Ações como flexibilização da jornada, mais dias de trabalho remoto e benefícios direcionados à parentalidade são essenciais. “Uma pesquisa do Infojobs mostrou que 85% optariam por mais dias em home office, especialmente pais que precisam lidar com rotinas escolares e consultas médicas”, destaca a CEO.
Promover cursos e palestras sobre parentalidade também é vital. “Isso não apenas prepara os pais, mas também fomenta uma cultura de compartilhamento de experiências, gerando solidariedade”, acrescenta.
Finalizando, a líder do Infojobs reforça a necessidade de uma mudança cultural nas empresas, com foco em parentalidade ativa e comunicação transparente. “Líderes têm papel fundamental, sendo exemplos e praticando a escuta ativa, o que pode transformar não apenas organizações, mas toda a sociedade”, conclui.