O estudo ‘Construindo um Quadro de Funcionários’, parte do Índice Global de Complexidade Corporativa 2019, que analisou 76 países em termos de facilidade de se fazer negócios, revelou que metade (50%) das leis trabalhistas dos países é difícil de entender.
As principais descobertas incluem:
- Empresas multinacionias enfrentam uma variedade de desafios quando se trata de recrutamento. Contratar funcionários antes de estabelecer legalmente uma entidade local é particularmente complicado – especialmente na região EMEA, que compreende Europa, Oriente Médio e África, onde isto é visto como “complexo” ou “extremamente complexo” na maioria das jurisdições. Uma vez estabelecida, contratar funcionários estrangeiros continua difícil globalmente; na verdade, quase duas vezes mais difícil que contratar alguém da sua jurisdição natal, com um índice de complexidade de 6,4 contra 3,6 na pesquisa.
- Houve um grau de convergência em termos de pagamentos de funcionários. 89% das jurisdições que pesquisamos agora têm um salário mínimo; 87% oferecem licença maternidade remunerada; 84% oferecem férias remuneradas. Mas alguns elementos de remuneração de funcionários marcaram diferenças regionais. Por exemplo, a licença compartilhada de paternidade e maternidade é exigida em 63% das Américas, mas em apenas 33% da região APAC, que inclui países da Ásia e da Oceania. Enquanto isso, a APAC lidera em termos de provisão de pensões: deve-se oferecer um fundo em 79% de suas jurisdições, comparados a 63% nas Américas e 50% na EMEA.
- Quase metade (45%) das jurisdições que pesquisamos reportaram que a legislação de folha de pagamento está sujeita a mudanças frequentes. O problema é especialmente grave na EMEA (mudanças frequentes acontecem em 55% das jurisdições) – ainda que seja relativamente estável na APAC (36%). 76% das jurisdições no mundo exigem que as empresas enviem dados de pagamento dos funcionários aos governos pelo menos uma vez ao mês.
- Há uma grande disparidade na velocidade na qual as empresas podem demitir funcionários de baixo desempenho. Nas Américas, 52% das jurisdições permitem que as empresas fechem contratos trabalhistas em menos de um dia. Na APAC, este número é de apenas 8% e na EMEA de 6%.
Anne Clifford, Head Global de RH e Folha de Pagamento da TMF Group comentou: “Regulações e relatórios estatutários que dizem respeito ao tratamento ético de trabalhadores e seus dados estão aumentando. No entanto, mesmo dentro das estruturas regulatórias, as interpretações variam de acordo com a localização, e os processos mudam. O resultado de tudo isso é uma maior complexidade. E para lidar com ela, as empresas precisam da flexibilidade e agilidade de lidar com a legislação trabalhista em constante e rápida mudança em todos os territórios onde operam – quer eles empreguem milhares de funcionários ou apenas um.
“Estamos entrando na era de ‘compliance social’, à medida em que legisladores se tornam mais poderosos nas escalas local e global. Nós vemos uma clara tendência na direção de empresas serem obrigadas a reportar dados mais granulares de funcionários, mais frequentemente. Ainda que estas mudanças tecnológicas possam melhorar a eficiência dos relatórios a longo prazo, deve haver um aumento da complexidade a curto prazo enquanto estes processos são implementados. Além disso, é questionável se a tecnologia será capaz de se manter em dia com a legislação em constante mudança. À medida em que as empresas se expandem e constroem quadros de funcionários em novas jurisdições, elas devem estar completamente preparadas para os desafios e complexidades que encontrarão.”