Sem dar passos maiores que as pernas, quem lidera uma empresa precisa conhecer o mercado nacional e internacional
Os desafios de quem estava à frente de uma empresa há 10 anos não são mais os mesmos que instigam os líderes de hoje. A dinâmica do mercado exige que as companhias se adaptem não só quando o assunto é cliente, mas também processo. Hoje, os CEOs precisam estar conectados com todos os setores para poderem tomar decisões mais acertadas. A estratégia, por si só, já é um dos desafios enfrentados. Isso porque, para definir um planejamento competitivo, muitos fatores devem ser levados em consideração, como economia, concorrência, sustentabilidade, escalabilidade e, os “comos” tão relevantes para a execução da estratégia.
Não existe uma fórmula para definir qual o melhor caminho. Aliás, se existisse, diria que é a velha e boa tentativa e erro. Claro que não podemos nos dar ao luxo de cometer muitos ou grandes erros, para aprendermos. Mas fazer testes em pequena escala para avaliar saídas viáveis é muito útil. Assim, reunir um grupo de potenciais clientes e validar uma solução para necessidades elencadas por eles, pode ajudar a definir uma nova tática de mercado ou mostrar que o melhor caminho é outro.
Outro desafio é o de nascer e crescer global. Por mais que a máxima “um passo de cada vez” continue valendo aqui, esse passo não pode ser pequeno. A empresa não precisa nascer querendo ganhar o mercado das gigantes do setor, mas essas são sim concorrentes. Os CEOs precisam ter consciência que com um mundo conectado, o que é lançado aqui no Brasil, pode — e se a solução for realmente boa — deve ser acessado e compreendido do outro lado do mundo.
Sem dar passos maiores que as pernas, quem lidera uma empresa precisa conhecer o mercado nacional e internacional, monitorá-los e estudá-los. Além de fazer o benchmark, essa postura é importante para se prevenir quando mudanças econômicas impactam todo um setor e prever tendências, estando sempre à frente das inovações.
Essa palavra, aliás, é a que rege o mercado hoje. Ser inovador é essencial para um CEO. Ele, ou ela, precisa antecipar tendências e se renovar constantemente. Como já mencionei, pequenas empresas concorrem com grandes e a vantagem é de quem é mais disruptivo. Para inovar com precisão, a melhor opção é estar conectado com os clientes; deles virá a informação mais preciosa para quem quer oferecer soluções cada vez melhores.
Esse desafio leva a outro, a conexão. Um CEO precisa estar conectado com tudo, o tempo todo. Com o mercado, a economia e os colaboradores. Não cabe mais a imagem de um líder distante e inacessível. Estes precisam estar cada vez mais ligados com quem os ajuda a fazer a empresa funcionar. Ouvir quem lida diariamente com os clientes e com o desenvolvimento do produto ou serviço é importante para manter a empresa alinhada e caminhando em um sentido de prosperidade. Ainda, entrar cada dia sabendo que a qualquer momento o status quo pode ser alterado e a mudança precisa acontecer rapidamente.
Por mais que esse companheirismo deva existir, o espírito de líder precisa prevalecer. É papel do CEO ter uma visão estratégica sob todas as áreas. Dessa forma, entenderá quais os gargalos, onde precisa investir mais recursos e quais as boas práticas que podem ser compartilhadas. O desafio, portanto, é equilibrar a liderança e o companheirismo, para estar junto aos colaboradores e ter autoridade para moldar processos e desenvolver competências.
O segredo para equilibrar todas essas funções e ultrapassar os desafios de gerir uma empresa é focar na sustentabilidade. As ações balanceadas não pecam pela falta nem pelo excesso, e conseguem manter a sintonia necessária para uma companhia crescer de forma saudável para o mercado, para as pessoas que a formam e para quem as lidera.
Por Sílvia Folster, CEO da Cianet