Por Sandra Barbosa, VP de Recursos Humanos Latam da Honeywell
Ouvir, entender, acolher o colaborador e agir com foco em resultados. Esse deve ser o mindset das áreas de recursos humanos para atravessar a pandemia de Covid-19, em especial em companhias que atuam em toda América Latina. Mesmo após quase um ano e meio vivenciando essa crise sanitária, a atuação deve seguir da mesma maneira, entrando agora na fase de gerenciar a tão esperada saída da pandemia. Como os países foram impactados com intensidades diferentes e, agora, estão em fases distintas de vacinação – o Chile já vacinou 68,7% da população enquanto o Brasil está em 23,5% – é preciso manter acompanhamento e adequação constantes do planejamento e da gestão de pessoas.
Nós somos América Latina, mas cada país tem suas particularidades e sua cultura. E, dentro desse universo, cada pessoa é única e responde a estímulos de formas diferentes. É assim que os colaboradores devem ser enxergados. Cada um vive sua realidade, tendo que lidar com suas perdas, dores e conquistas. O convívio com o vírus amplificou em cada um a sensação de viver seu próprio épico.
Devemos reconhecer e valorizar o empenho, a luta e a vitória de cada um, das equipes e das companhias como um todo. Essa é a realidade vivida por empresas de diferentes setores econômicos na nossa região e no mundo. Muitas, como no caso da Honeywell, com ações específicas para os times administrativos e das unidades fabris, pois não podíamos parar até mesmo para poder ajudar no enfrentamento da pandemia com alguns de nossos produtos
As empresas migraram para o home office com velocidade e êxito inimagináveis. O medo do modelo remoto se dissipou assim que a realidade mostrou, em questão de dias, que a tecnologia já estava pronta para esse salto. Aprendemos, também rapidamente, que podemos estar até mais próximos dos nossos funcionários apesar da distância física. Lançando mão de ações e programas de gestão de RH, ampliando e aproximando a comunicação interna, garantimos o bem-estar e a saúde dos nossos times, que responderam com altos índices de produtividade.
Além da produção, a transformação da cultura organizacional não pode parar e nem mesmo ter seu ritmo reduzido. Em especial, aquelas no campo de diversidade e inclusão. Em um momento de aflição e ansiedade como o atual, que nunca havíamos experimentado, as pessoas precisam vivenciar acolhimento e pertencimento. Não há produtividade perene e sustentável que não passe pela saúde mental das pessoas.
Não há futuro para empresas não-inclusivas, porque essas não vão entender as tendências do mercado e as necessidades do consumidor. E esse processo de transformação não pode ser estabelecido numa abordagem top down. Deve ser construído junto com os colaboradores, de forma horizontal. É necessário criar espaço para o diálogo, para que as pessoas possam compartilhar seus medos e suas preocupações. O caminho é longo e há muito o que fazer. Mas eu percebo que, a cada dia, trazemos mais gente nessa jornada de sermos empresas mais inclusivas e diversas.