Além de proporcionar eficiência operacional, a privacidade de dados também oportuniza o crescimento sustentável e longínquo para as empresas.
Leo Goldim – Fundador e Diretor Executivo da IT2S Group.
Desde que o mundo digital começou a avançar, requisitos de segurança e proteção de dados tornaram-se pautas indispensáveis dentro das empresas. E com razão. Afinal, para assegurar implementações e manuseios funcionais das novas tecnologias, a responsabilidade com a segurança é um bem substancial para a integridade e cumprimento com as leis.
Um grande marco para incentivar e regulamentar o nível de conformidade esperado pelas empresas está justamente na Lei nº 13.709, conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados, ou simplesmente LGPD. Aprovada desde 2018, mas vigente desde 2020, a lei representa um grande desafio para as organizações empresariais.
Conciliar as demandas com as regras previstas é o que mais tem trazido insegurança na implementação da LGPD. O estudo IT Trends Snapshot, realizado em 2023, traz um panorama sobre este cenário, destacando que apenas 36% das companhias entrevistadas conseguem cumprir totalmente os requisitos da LGPD.
Sendo a segurança da informação uma prioridade para empresas de todos os portes, a não conformidade com a proteção dos dados implica em graves consequências e exigem cada vez mais a atenção para a integração de TI dentro do mundo corporativo.
Os riscos e os sinais de alerta
O não cumprimento da LGPD tem implicações financeiras diretas, com multas que chegam a 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$50 milhões por infração. O valor significativo da penalidade também traz como consequência o possível bloqueio ou eliminação dos dados pessoais envolvidos no litígio identificado, paralisando operações e desencadeando mais prejuízos.
Outro risco que entra para a cascata de consequências negativas é o dano à reputação. A LGPD, além de segurança operacional, também tem grande valor de Compliance. Dentro de um mercado cada vez mais competitivo, a confiança do consumidor é um ativo valioso e, por isso, vazamento de dados e uso inadequado de informações pessoais resultam em cenários indesejáveis: perda de clientes e dificuldades para parcerias e investimento.
Entre os sinais que podem apontar a falta de compromisso com a LGPD, podemos citar a falta de definição de processos, falta de profissionais dedicados ao cumprimento da lei e a carência de ferramentas e soluções para tratar dos dados com segurança, desde a coleta, até seu compartilhamento e uso para análises.
Os requisitos de privacidade e de proteção de dados exigem práticas que gerem mudanças reais no armazenamento e gerenciamento desses ativos. Estar ciente é o primeiro passo, mas adotar processos que preparem a empresa para as demandas rotineiras é ainda mais essencial.
A importância do investimento na segurança
Escapar dos riscos que a falta de conformidade com a LGPD pode causar exige um caminho de diagnósticos completos sobre todo o fluxo de tratamento de dados. Os requisitos são rigorosos e demandam um olhar crítico para a avaliação de vulnerabilidades e áreas que necessitam de melhorias.
Como a coleta de dados é feita? Há segurança na armazenagem? Quando análises ocorrem, por qual fluxo os dados passam? Essas são algumas perguntas que podem guiar o diagnóstico e, então, nortear o desenvolvimento das políticas de privacidade e procedimentos bem definidos, garantindo também a ciência e o treinamento dos profissionais envolvidos nessas operações.
Investir em capacitação contínua é investir em conhecimento, mantendo a equipe atualizada e proativa quanto às mudanças da legislação e as melhores práticas a serem adotadas. Além disso, a tecnologia, em sua forma de soluções digitais, surge como uma grande ajuda para tornar sistemas de gestão de consentimento e de monitoramento dos dados mais robustos e assertivos.
Como mencionado anteriormente, a presença de profissionais experientes e dedicados aos assuntos da LGPD e de segurança da informação é uma postura não só de investimento na proteção especializada e dedicada à segurança das informações, servindo também como ponto de supervisão e controle sobre criptografias, autenticações e backups. Trata-se, portanto, de garantir que as recomendações sejam seguidas e orientadas conforme a lei e de acordo com as necessidades da empresa.
Por fim, é notável que atender aos requisitos da LGPD é um desafio que requer esforço contínuo e integração tecnológica e com parceiros estratégicos especializados. Negócios que investem na proteção das informações e privacidade de dados, como bem vimos, não apenas se posicionam melhor para evitar penalidades custosas financeiramente, mas também garantem estabilidade no mercado e fortalecem a imagem de Compliance. Com a adoção das boas práticas, navegar pelas exigências legais torna-se uma oportunidade, e não um risco, superando todos os níveis de obstáculos.