Incertezas econômicas e avanços tecnológicos: Impactos na segurança dos profissionais no mercado de trabalho brasileiro
A instabilidade no cenário de trabalho vem sendo motivo de preocupação para uma grande parcela dos profissionais brasileiros, com 35% deles expressando insegurança em relação à estabilidade de seus empregos. Essa é a constatação do relatório “People at Work 2023: A Global Workforce View”, produzido pelo ADP Research Institute.
O estudo revela que, no Brasil, a sensação de insegurança é mais acentuada entre os homens, com 38% deles relatando preocupação, contra 32% das mulheres. Em comparação com a média global, que é de 38%, os números brasileiros mostram uma realidade bastante similar.
Os jovens, especialmente os da geração Z (faixa etária entre 18 e 24 anos), são os que mais se sentem inseguros, com 50% deles expressando essa preocupação. Por outro lado, apenas 24% dos profissionais com mais de 55 anos compartilham desse sentimento.
Claudio Maggieri, General Manager para a América Latina na ADP, destaca a importância das empresas em tranquilizar seus colaboradores em meio a um cenário de incertezas, demissões em massa e avanços tecnológicos. “É crucial garantir reconhecimento e criar um ambiente de trabalho justo, além de oferecer um plano de carreira claro. Somente assim os profissionais poderão se dedicar ao seu trabalho sem receios em relação ao futuro”, enfatiza Maggieri.
O relatório ainda aponta a tecnologia como um dos fatores que aumentam a insegurança entre os trabalhadores. Com a Inteligência Artificial (IA) ameaçando diversos tipos de empregos, 62% dos profissionais acreditam que nenhuma carreira está a salvo da atual incerteza econômica. No setor de mídia e informação, 54% dos trabalhadores se sentem inseguros, seguidos por 51% dos profissionais da hotelaria e lazer.
A implementação da IA também é vista como uma tendência, com 23% dos entrevistados acreditando que ela se tornará comum em suas áreas de atuação nos próximos cinco anos para redução de tarefas manuais.
A mudança de setor ou até mesmo o empreendedorismo aparecem como opções consideradas pelos trabalhadores, especialmente pela Geração Z, com 20% deles pensando em mudar de área e 25% cogitando abrir o próprio negócio.