Setor industrial não apenas demanda profissionais qualificados, mas também desempenha um papel fundamental na formação e capacitação da mão de obra.
Alexandre Ferreira, diretor de RH da Vicunha
Muito se fala sobre o rápido avanço educacional da Coreia do Sul, que passou por uma revolução em seu sistema de ensino desde a década de 1970 e, hoje, é referência mundial na área. Especialistas apontam que o progresso educacional sul-coreano foi impulsionado pelo ciclo de industrialização do país, fortalecendo uma conexão positiva entre escola e empresa.
Além do sucesso da Coreia do Sul na educação, outros países asiáticos também apresentam um excelente desempenho nesse quesito. De acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2022, o topo do ranking de melhores desempenhos em ciências, matemática e leitura foi dominado por Singapura, China, Taiwan, Japão e Coreia do Sul. O que esses países têm em comum, além de seus altos índices de escolaridade, é o forte crescimento industrial, aliado ao progresso técnico-científico.
Indústria e educação: uma via de mão dupla
A relação entre o desenvolvimento da indústria e a escolarização não é novidade. O setor industrial é, historicamente, o que mais absorve profissionais especializados, devido ao nível de conhecimento exigido em fábricas — seja para engenheiros, químicos e gestores ambientais, seja para técnicos e operadores altamente capacitados para lidar com um ambiente produtivo cada vez mais complexo.
Por um lado, a indústria demanda mão de obra qualificada. Por outro, também desempenha um papel essencial na formação profissional. Esse impacto acontece de duas maneiras:
- Indiretamente – Através das contribuições compulsórias do setor industrial para o financiamento de instituições como SESI e SENAI, que formam milhares de profissionais todos os anos.
- Diretamente – Quando as próprias empresas investem em educação formal e qualificação técnico-profissional, promovendo treinamentos, cursos e capacitações voltadas para as demandas do mercado.
Educação como pilar estratégico dentro da indústria
Essa realidade pode ser observada na Vicunha, onde o desenvolvimento educacional está diretamente ligado à história da empresa. Desde sua chegada ao Ceará, há cerca de 60 anos, a Vicunha investe tanto na educação formal de seus funcionários quanto na qualificação técnica de profissionais para o setor têxtil. Até hoje, suas unidades fabris seguem sendo verdadeiros espaços de aprendizado.
Para capacitar pessoas tanto para o mercado de trabalho quanto para a vida pessoal e profissional, a Vicunha mantém diversas iniciativas educacionais. Entre elas:
- Projeto Pescar – Programa que forma jovens em situação de vulnerabilidade social em áreas como eletromecânica, manutenção mecânica e tecnologia da informação.
- Curso Técnico Têxtil – Realizado em parceria com o SENAI, com o objetivo de qualificar profissionais mais criativos, inovadores e preparados para atuar com liderança no setor têxtil.
- EJA (Educação de Jovens e Adultos) – Permite que funcionários concluam o ensino fundamental e médio dentro das próprias unidades produtivas da empresa.
Indústria e educação: um caminho para o futuro
Essas iniciativas são essenciais para a construção de uma sociedade mais inclusiva e para a geração de novas oportunidades. Com base em experiências globais e nacionais, e na realidade da Vicunha, acreditamos que investir no fortalecimento da indústria nacional significa, também, aprimorar a qualidade do ensino — e vice-versa. 🚀