Tradicionalmente a área de Recursos Humanos usa jargões específicos para se referir a práticas comuns dentro das empresas
Por ser um setor que integra muitos outros, estes termos são usados com frequência por quase todos os colaboradores das instituições. Empresas mais tradicionais usam dialetos diferentes das nascentes, mas cada vez mais os dois modelos estão se aproximando da mesma realidade. Portanto, se você sempre teve dúvidas de o que é uma gestão lean, um coaching ou feedforward, confira a lista abaixo e comece 2018 alinhado com os principais termos usados no mercado:
Coaching: Muito comum não só no meio empresarial, o coaching é uma técnica de assessoria pessoal baseada na delimitação de objetivos para o alcance de resultados. Com ações orientadas, o coachee (quem recebe a instrução) consegue entender quais são suas principais metas e quais são os empecilhos para conquistá-las.
As empresas costumam contratar coachings em áreas específicas para entender seu comportamento e superar desafios. Na incubadora MIDITEC, por exemplo, as empresas apoiadas recebem coaching em diferentes setores. As orientações são voltadas para empreendedorismo, crescimento, gestão, entre outras áreas.
Cultura organizacional: É um termo que diz respeito ao conjunto de regras, comportamentos, valores, relacionamento entre as pessoas no ambiente de trabalho. Sabemos que hoje a relação que construímos com o trabalho não se restringe apenas ao salário no final do mês. Mais do que a recompensa financeira, as pessoas têm buscado por ambientes que proporcionem relações saudáveis, de aprendizado e desenvolvimento constante. Assim, a cultura organizacional tem sido um fator fundamental para as empresas e para os colaboradores, já que é cada vez mais necessário que eles se sintam à vontade na cultura em que estão inseridos para produzir e ter um desempenho cada vez melhor.
Aline Araújo, gestora de talentos da mobLee, exemplifica: “Acreditamos e valorizamos muito a nossa cultura, temos um “Cultural Code” que conta um pouco sobre o nosso dia a dia e sobre os nossos valores. Também temos uma etapa específica do processo de seleção para validar se existe uma correspondência entre a cultura da mobLee e o candidato e, caso não exista, ele não segue no processo com a gente”.
Feedback: Na área de Recursos Humanos e Gestão de pessoas, algumas ferramentas são usadas tradicionalmente, como o Feedback 360, por exemplo. Celso Edgar Caparica, CEO da Qi Network, detalha que com a transformação digital, esses recursos também estão em contínua evolução, sendo personalizados de acordo com as necessidades da empresa.
Por meio do Feedback 360 é possível compreender o papel de cada colaborador, reduzindo atritos em decorrência de uma comunicação interna ineficiente. A produtividade também é otimizada. Especializada na integração de soluções em Cloud Computing aplicadas no planejamento de processos internos, a Qi Network aplica o método, propondo uma forma inovadora de trocar feedbacks recorrentes entre funcionário e gestor / gestor e funcionário, nas empresas onde presta consultoria.
Feedforward: Ao contrário do feedback, esse não é um termo tão famoso, mas seu conceito é muito aplicado nas empresas. A ideia do feedforward é pensar para frente. Duas ou mais pessoas se reúnem para falar das ações necessárias para alcançar resultados e bater metas. A ideia é construir um planejamento a curto prazo em conjunto para alavancar as conquistas.
Fit cultural: As empresas dizem que um colaborador ou um parceiro tem fit cultural quando estão alinhados com a cultura da organização. O termo é comumente utilizado em empresas inovadoras na hora da contratação ou retenção de talentos.
Gestão horizontal: O termo é muito utilizado em empresas inovadoras. A gestão horizontal prevê que as decisões sejam tomadas de forma colaborativa e não top down (quando vem de um cargo mais alto para outro mais baixo no nível hierárquico). Para que isso seja possível, é preciso manter o diálogo aberto entre todos os níveis hierárquicos – o que pode ser um desafio em instituições de grande porte.
Métodos de gestão como o OKR – Objectives and Key Results – contribuem para promover essa prática. Antonio Zubieta, Sócio fundador da CoBlue, primeira empresa brasileira a desenvolver um software de OKR, afirma que para efetivar a gestão horizontal é preciso “respeitar o que o outro tem a dizer e encontrar uma forma de chegar em um consenso do que é melhor para a empresa, levando em consideração a opinião dos colaboradores”.
Gestão lean: Existem cargos e projetos que valorizam a experimentação até que o resultado seja satisfatório. Através da adoção da cultura lean, os profissionais são incentivados a utilizarem métodos de agilidade e a adotarem processos cíclicos, onde a falha é considerada normal e benéfica, não sendo mais um motivo para desespero e demissão em massa. As novas máximas são: falhe, aprenda e tenha sucesso, características desse tipo de cultura.
A incubadora MIDITEC, por exemplo, incentiva esse método entre as startups incubadas e pré-incubadas ao oferecer consultorias na área. Dentro dos programas são feitos treinamentos de cultura lean, assim como o acompanhamento dos planos de ação traçados.
Guardião da cultura: Quando começam a crescer, muitas empresas vivenciam o desafio de ampliar a equipe sem perder os valores e as características iniciais. Para não desviar o foco e manter o propósito do negócio, os gestores têm buscado métodos de unificar os times e reforçar seus aspectos em comum, mesmo diante de uma expansão acelerada. Foi o caso da Involves, empresa catarinense que se destacou no ranking GPTW em 2016 e 2017.
Com um aumento de quase 50% no número de colaboradores no último ano, os gestores investiram em uma nova sede que incentiva a integração e reforça valores implantados pelos fundadores, entre eles a música. Uma das iniciativas de endomarketing foi a criação de um cargo específico para a manutenção da cultura organizacional: o Guardião da cultura. Um profissional dedicado a pensar em ações que visem o bem-estar e à qualidade dos colaboradores, soluciona eventuais problemas e criam formatos de reconhecimento entre as equipes.
Pensar fora da caixa: Esse termo geralmente é usado para se referir a inovação e encontrar soluções diferentes das corriqueiras. A ideia é que sempre ao se deparar com uma dificuldade, o pensamento seja fugir do óbvio e buscar alternativas que, não necessariamente, são as usuais ou as mesmas utilizadas anteriormente. Em startups, principalmente, “pensar fora da caixa” é uma frase que permeia o cotidiano, já que essas empresas se destacam por terem modelo de negócios disruptivo. Na mobLee, empresa nascente que desenvolve tecnologias para eventos, frases como “Sempre fizemos assim” ou “Já fizemos de tudo para resolver” podem facilmente serem respondidas com “pense fora da caixa”.
Resiliência: O termo veio originalmente da física, foi bastante apropriado pela Psicologia e agora o vemos cada vez mais não só nos jargões empresariais mas nos populares também. Basicamente, resiliência significa a capacidade de passar por mudanças, situações difíceis e se recuperar rapidamente. Ser resiliente tem sido uma exigência da maioria dos profissionais nas mais diversas áreas, principalmente em cenários de mudanças rápidas.