Organizações devem investir em políticas que sejam de fato inclusivas para o público feminino, incentivando o desenvolvimento profissional das mulheres
Mesmo com as importantes evoluções no ambiente de trabalho, as mulheres ainda encontram dificuldades para avançar nas empresas e acessar de forma equitativa as oportunidades de carreira nas organizações. Um estudo feito pela Grant Thornton em 2022 aponta que 38% dos cargos de liderança em empresas brasileiras de médio porte, são ocupados por mulheres. Uma porcentagem baixa considerando que elas são mais de 50% da população do país.
De olho nesse cenário, a Newa, empresa de consultoria em DE&I e saúde emocional para as organizações, alerta que a diversidade, equidade e a inclusão são problemas complexos e que exigem soluções sistemáticas por parte das companhias.“O tema tem de estar atrelado à estratégia do negócio para conseguir permeabilidade e resultados. É a liderança que banca a decisão de incluir, contagia a empresa e faz a mudança acontecer. Sem sensibilizá-la, dificilmente o assunto ganhará relevância e ficará restrito a ações pontuais de RH que até tem boas intenções, mas que acabam não vingando.”, afirma Carine Roos, CEO e fundadora da Newa.
Um dos grandes problemas nas empresas em relação à diversidade e equidade, é a falta de um planejamento estratégico que traga resultados efetivos para a mudança da cultura organizacional. Neste sentido, a especialista alerta que o tema precisa ser tratado com profundidade pelas empresas.: “Quando tratamos DE&I de forma rasa e eventual. como apenas no Dia Internacional da Mulher, colocamos a questão de equidade salarial, retenção de colaboradoras após se tornarem mães e o número baixo de mulheres c-level, como algo simples e fácil de se resolver, mas sabemos que é ao contrário, não é uma receita de bolo”, argumenta.
Além dos temas apontados pela CEO, é preciso pensar nos ambientes de trabalho como forma de desenvolver as colaboradoras, garantindo um espaço para que elas sejam valorizadas e reconhecidas. “As mulheres estão constantemente quebrando barreiras, seja no mundo corporativo ou no âmbito pessoal. Porém, a maior parte das organizações ainda engatinham no tema de equidades. Mais do que uma data, isto é uma questão de justiça e que demanda soluções intencionais e sustentáveis. As colaboradoras não só devem ocupar cargos de liderança como receber igualmente por isso”, orienta Carine.
Para a especialista em DE&I, é preciso trazer novas práticas para as organizações, como o letramento em gênero, para um avanço efetivo na pauta. “Estamos longe de um cenário representativo, mas precisamos implementar cada vez mais políticas de DE&I nas empresas para acelerar o movimento de forma séria, com metas reais e oferecendo mentoria e suporte às mulheres no mercado de trabalho e na comunidade como um todo”, finaliza a CEO.