Uma das áreas mais atraentes no mercado de trabalho hoje é a de tecnologia e startups. Os avanços na digitalização e as mudanças de hábitos de consumo e relacionamento alavancaram as oportunidades no setor. Dados da consultoria IDC apontam para um crescimento de 12,2% no mercado de TI brasileiro em 2020. O país soma mais de 12 mil startups, 14 delas com título de unicórnio, e ultrapassa as 195 mil empresas de tecnologia.
Um levantamento da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) apontou que, do fechamento de 2019 até novembro de 2020, o macrossetor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) registrou um acréscimo de 54.155 novos postos de trabalho. Já Software e Serviços TIC abriram 21.252 novas vagas nesse mesmo período.
“Todas as áreas estão precisando de bons profissionais, mas a área de desenvolvimento de software é a que tem mais oportunidades, com salários mais competitivos”, afirma Daiane Andognini, psicóloga fundadora da HUG, consultoria de gestão de pessoas especializada em startups e empresas de tecnologia.
Então, como fazer para conquistar a tão sonhada vaga? A especialista listou algumas dicas para ajudar a entrar nesse mercado:
Agir e empreender
“Essas empresas buscam pessoas proativas, com atitude empreendedora e que não tenham medo de colocar a mão na massa para resolver problemas e criar. Outra característica buscada é a capacidade analítica e pensamento crítico. As habilidades de realizar coisas, transformar cenários e promover mudanças são importantes para as empresas que estão crescendo. Então, os profissionais que conseguirem demonstrar isso saem ganhando na disputa”, afirma Daiane. No CV, vale contar as experiências de carreira e de vida que demonstrem que você já conseguiu fazer isso no passado e destaquem essas aptidões.
Habilidades especiais para o home office
O home office veio para ficar. Muitas empresas estão adotando parcial ou permanentemente o modelo com seus colaboradores. Com isso, outras habilidades também passaram a ter relevância e chamar a atenção de recrutadores no processo de admissão. “Capacidade de gestão do tempo, produtividade e autogestão são características importantes para trabalho remoto”. Uma sugestão da consultora é buscar cursos que ajudem a desenvolver e melhorar essas habilidades.
Preparação para a entrevista
O distanciamento social também obrigou que os meios de recrutamento e seleção fossem modificados. Assim, muitos processos seletivos e entrevistas passaram a ser feitos também de maneira remota. Com isso, a importância de se preparar e apresentar-se bem é ainda maior. “Não estamos muito acostumados a fazer entrevistas pelo computador. Por isso, assim como em uma reunião de trabalho online, é preciso foco: concentre-se em apresentar o que é relevante e passe sua mensagem de maneira clara e direta”, diz a psicóloga, lembrando que no computador as conversas tendem a ser mais sucintas já que as pessoas dispersam mais rapidamente. Outro ponto a se considerar é a pontualidade, já que o compromisso online não pode ter como desculpa o trânsito, o transporte público que atrasou ou o pneu do carro que furou. A internet também deve ser testada, para evitar qualquer problema de comunicação. Além disso tudo, a profissional listou outras cinco questões importantes para os candidatos levarem em conta antes do recrutamento:
- conheça a empresa e o seu produto;
- converse com clientes ou pessoas que trabalham lá;
- tenha claro quais são seus pontos fortes e seja honesto em relação aos seus pontos fracos;
- faça perguntas inteligentes;
- deixe as portas abertas caso você não seja contratado ou não aceite a oportunidade.
Formação não é tudo
Muitos profissionais não se arriscam na área por não possuírem formação especial em tecnologia. Uma pesquisa da Brasscom estima que, até 2024, a demanda por profissionais do setor será de 420 mil, uma necessidade de 70 mil novos trabalhadores por ano. Hoje, o Brasil forma cerca de 46 mil pessoas em tecnologia anualmente. Com maiores chances no mercado, buscar qualificação técnica é importante, mas não precisa ser a única saída. “Para algumas áreas específicas a formação vai ter mais peso que para outras, dependerá do que a empresa precisa naquele momento. Mas, falando de aptidões, as formações acadêmicas não são tão relevantes. O conhecimento aplicado é mais importante do que a formação em si”, finaliza Daiane.