Liderança do Futuro: Como aumentar o engajamento e transformar o ambiente corporativo
Por Renata Rivetti, especialista em felicidade corporativa e liderança positiva
De acordo com o novo relatório sobre engajamento da Gallup, intitulado “State of the Global Workplace 2023 Report”, o custo do baixo engajamento dos colaboradores para a economia global é de aproximadamente 8,8 trilhões de dólares. Como mudar este cenário? Segundo a própria Gallup, é preciso transformar a maneira como gerenciamos as equipes.
Concordo plenamente com essa afirmação, pois durante muito tempo vivemos o microgerenciamento e a cultura do comando e controle dentro das empresas. Não posso negar que esse método funcionou por anos, mas será que não está na hora de mudarmos nossa forma de atuação no ambiente corporativo?
Outro estudo da Gallup mostrou que apenas 23% das pessoas estão engajadas no trabalho, enquanto 59% praticam o “quiet quitting”. Adicionalmente, 18% estão dispostas a prejudicar a organização. O estudo ainda revelou que enfrentamos um recorde de estresse: 44% das pessoas se sentiram muito estressadas no dia anterior à pesquisa e 51% dizem estar procurando outro emprego.
Portanto, devemos ter em mente que o custo dessa gestão autoritária e desprovida de empatia tem sido elevado. Precisamos entender o impacto dos líderes, tanto no engajamento quanto na saúde mental de seus colaboradores, e nos prepararmos para os desafios de liderar em 2023 em um mundo BANI, híbrido, globalizado e desafiador.
Cultura e liderança deveriam caminhar juntas para a construção de um ambiente mais saudável. Mas, como fazer isso?
O primeiro passo é organizar melhor as demandas versus os recursos do time. O líder é corresponsável por entender se seu colaborador está sobrecarregado, não apenas em termos de atividades, mas também se possui os recursos necessários para atender às demandas, sejam elas técnicas ou comportamentais. E, para isso, é vital observar o indivíduo e não apenas o profissional, avaliando se ele está apto para o que lhe é cobrado atualmente. Pode parecer simples, mas, na prática, realizamos isso raramente. Desafiamos pessoas sem compreender se esses desafios são pertinentes para elas naquele momento.
O segundo passo é trabalhar na transformação do ambiente. Um local tóxico é caracterizado por desrespeito, falta de inclusão e equidade, comportamento antiético, competição e abusos.
Finalmente, a empresa não deve minar a autoconfiança e autoestima das pessoas. Ações essenciais incluem: reconhecer e valorizar mais o time, não apenas pelas metas e resultados alcançados, mas também por evoluções, esforços e comportamentos. Além disso, construir relacionamentos baseados na confiança é fundamental.
Nenhum desses passos demanda um alto investimento financeiro, mas certamente requerem grande dedicação por parte do líder. Primeiramente, é necessário ter consciência da mudança necessária e, em seguida, colocá-la em prática. É imprescindível construir novos hábitos, colocar o tema na agenda, priorizar o tempo com a equipe e tomar medidas nesse sentido.