A única coisa da qual sempre tivemos certeza de que não mudaria, e agora ainda mais nesta pandemia, são as aceleradas transformações causadas pela tecnologia. O mercado de trabalho que o diga!
Fala-se muito sobre profissões que desaparecerão, pessoas que ficarão de fora do mercado e até sobre a nova geração ser a primeira a conhecer mais do que os mais experientes.
Por esse motivo e durante um tempo as empresas optaram por renovar suas equipes contratando somente profissionais jovens e destemidos, o que trouxe uma oxigenação de ares, mas não foi o suficiente para potencializar os resultados.
Percebendo que não era possível contar somente com a disposição e criatividade juvenil, o mercado entendeu a necessidade de se mesclar competências. Passou a reter diferentes gerações, que se encontraram dentro das companhias numa busca por reaprender como se trabalhar bem juntos, por um objetivo que também deveria ser alinhado para verdadeiramente ser comum.
Para isso selecionadores recorreram não só às faculdades e também à conhecida rede social corporativa Linkedin, mas também a sites como o MaturiJobs, que oferece oportunidades para profissionais com mais de 50 anos.
Entre aqueles que prezam pela disciplina e outros que só trabalham bem com flexibilidade, entre os que valorizam a resiliência e o compromisso com a empresa e aqueles que são impulsivos e movidos por propósito, o desafio das companhias está em despertar o melhor de cada geração que, ao final das contas, descobriu o prazer nas diferenças e competências complementares. Mas não é tão simples assim, afinal falamos de cinco gerações: baby boomers, X, Y, Z e nativos digitais!
Para tanto, assim como os jovens que dominam a tecnologia necessitam da experiência que traz a perseverança e o saber lidar com as frustrações, a requalificação dos que já se encontravam no mercado se tornou uma realidade, tanto que especialistas se reuniram no Fórum Econômico Mundial em janeiro de 2020 para discutir o assunto.
Os estudos apresentam uma estimativa de que 42% dos conhecimentos requeridos pelas profissões atuais serão modificados, além de considerar a necessidade de melhorias nas tomadas de decisão, raciocínio, relacionamentos interpessoais e transferência de conhecimento dos profissionais.
Nessa corrida contra o tempo, organizações como IBM, Embraer e financeiras já inseriram o ajuste como rotina.
A tecnologia trouxe consigo o poder de intervir na quebra de paradigmas entre as gerações e também tem levado as empresas a aperfeiçoarem seus processos e, consequentemente, otimizarem seus resultados.
E não deverá ser uma ameaça a nenhum profissional que estiver atento às mudanças e também ao desenvolvimento de suas competências comportamentais, reinventando-se através da multiformação, que é o conhecimento agregado em diversas áreas, e do intraempreendedorismo, mas pelo contrário, será incrivelmente requisitado para operar com inteligência a tecnologia a seu favor e em benefício de todos.
Simone Tavit é coordenadora de Gestão de Carreiras da Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP)