A convivência de quatro gerações no mercado de trabalho e a chegada da inteligência artificial estão transformando a dinâmica profissional, acelerando mudanças e criando novas oportunidades.
Por Douglas Costa, CTO da Deal
Atualmente, temos uma situação inédita no mercado de trabalho. Há quatro gerações de profissionais atuando lado a lado em boa parte das empresas: os boomers, a geração X, os millennials e a geração Z. O primeiro grupo, nascidos entre 1945 e 1964, por vezes encontram na necessidade financeira o estímulo para seguir no batente com relevância pela trajetória profissional.
Com uma bagagem sólida de conhecimento, os integrantes da geração X, pessoas que têm hoje idades de 43 a 59 anos, e os millennials, nascidos de 1982 a 1994, ocupam a maioria das posições de liderança. Nativos digitais, os colaboradores da geração Z, que chegaram por aqui entre 1995 e 2010, complementam as equipes e, como não poderia deixar de ser, vêm se destacando sobretudo nas áreas diretamente ligadas à tecnologia.
De acordo com a plataforma de recrutamento Revelo, eles já assumem 35% dos cargos de TI no Brasil. Um estudo da consultoria estadunidense McKinsey afirma que, até 2025, a geração Z vai representar 25% da mão de obra mundial. À primeira vista, essa combinação no mínimo interessante parece funcionar de maneira perfeita. Mas a realidade não costuma ser assim. Afinal, cada geração tem suas próprias referências, habilidades, estilos de trabalho e expectativas relacionadas à carreira, o que pode causar uma série de divergências no dia a dia das organizações.
Se para os líderes já era um desafio gerir times com características tão distintas, o avanço tecnológico, especialmente no que diz respeito às ferramentas de IA, acrescentou um grau extra de complexidade à tarefa. A otimização de processos proporcionada pela inteligência artificial generativa trouxe mais um desafio para todas as lideranças.
A consolidação da IA como “habilidade” necessária para o desempenho das atividades de profissionais de diversas áreas é uma realidade e também um desafio a ser superado. O conhecimento e experiência adquiridos em anos de trabalho agora é alcançado por profissionais que sabem aproveitar o que essa nova tecnologia tem a oferecer, mas isso não é uma ameaça aos profissionais mais experientes.
Enxergo essa “nova era” com um viés positivo e de muitas oportunidades e convido aqueles que enxergam a adoção da IA em sua rotina a refletir sobre o tema. O acesso ao conhecimento nunca foi tão fácil e a soma das habilidades e valias dos profissionais com distintas vivências é um catalisador para alcançarmos resultados incríveis com a adoção da IA no ambiente empresarial, não só com a automação de atividades, mas com a disponibilidade do talento desses profissionais para atuarem em temas mais relevantes.
Se bem aplicada, essa nova skill nos devolverá um bem preciosíssimo: o tempo. Tempo para analisar, estudar, aprender, experimentar e construir algo novo e com qualidade. Tempo para reinventar o status- quo, criando uma nova forma de fazer as atividades.
Sugiro aos profissionais, independente da geração ou área de atuação, que dediquem tempo para os profissionais que carecem dessa evolução digital, recomendo empregar esse tempo em potencializar seus conhecimentos e modelo de trabalho com a adoção de IA.
Indico isso pois no máximo daqui a 5 anos teremos uma nova revolução no mercado de trabalho, a chegada da geração IA ou geração Alfa (profissionais nascidos após 2010 que já tem em sua formação o consumo e a aplicação intensiva da ferramenta) acelerando ainda mais as atualizações e evoluções dos modelos e atividades profissionais. A partir da chegada dessa nova geração, a velocidade das atividades profissionais serão reinventadas de forma exponencial.
Preparem-se para começar a dividir a história em períodos chamados, A.IA e D.IA (Antes da Inteligência Artificial e Depois da Inteligência Artificial).