A América Latina sempre foi considerada uma região machista, mas isso está mudando, com o continente se tornando rapidamente uma das regiões mais progressistas do mundo quando se trata de garantir que as mulheres tenham um lugar significativo no governo.
Segundo a Americas Society and Council of the Americas hoje existem mais vice-presidentes – em 12 países diferentes – do que em qualquer outro momento da história. Além disso, é na América Latina que ficam três dos quatro países com a maior proporção de mulheres congressistas. Esse surgimento da liderança feminina certamente é um bom presságio para a diversidade no setor público, mas também é importante reconhecer que isso é indicativo de que uma tendência semelhante também ocorre no setor privado.
Agora, cada vez mais líderes reconhecem que a diversidade pode trazer benefícios significativos para qualquer organização, tanto do ponto de vista da inovação quanto da cultura – e também financeiramente. Grande parte dessa mudança é creditada aos millenials e membros da geração Z – que vêem a diversidade como uma necessidade no local de trabalho.
A tecnologia está expandindo ainda mais esse ponto de vista, já que possibilita a essas gerações acessar pessoas e ideias de todo o mundo. Portanto, a diversidade é algo que esperam encontrar em seus locais de trabalho e se tornou cada vez mais importante. Na Pesquisa Millennial de 2018 da Deloitte, 69% dos entrevistados que consideraram suas equipes de gerenciamento sênior diversas também disseram achar o ambiente geral de trabalho motivador e estimulante.
Então, o que essas mudanças significam para o canal?
Primeiro, os parceiros de canal devem ouvir o que essas gerações dizem. Em breve, mais da metade da população ativa em todo o mundo será formada por trabalhadores mais jovens que reivindicam e prosperam com a diversidade, é necessária uma forte estratégia para que os parceiros de canal recrutem talentos e vendam efetivamente para a próxima geração de consumidores. Aqui está o porquê:
Valores guiam as demandas
Cada vez mais as pessoas esperam que seus empregadores demonstrem uma cidadania corporativa mais forte. O Edelman Trust Barometer de 2019 revela que, mesmo que a confiança em instituições como governo ou mídia tenha diminuído no ano passado, a confiança nos empregadores aumentou. As pessoas estão olhando menos “de cima para baixo” quando se trata de confiança. Em vez de olhar para as figuras tradicionais de liderança, elas consideram mais fontes locais, como seus empregadores e colegas, como fontes de informação mais confiáveis. Essa é uma mudança profunda que destaca o valor – e as expectativas das empresas de se posicionarem e dos CEOs falarem sobre questões de diversidade e inclusão. As pessoas querem que as organizações com as quais trabalham sejam um participante vital, significativo e engajado da comunidade local e global.
Por isso a HP lançou em 2018 o Channel for Change, um esforço de sensibilização que une funcionários e membros da comunidade do HP Channel com vários capítulos locais dos Boys & Girls Clubs of America. Juntos, funcionários e parceiros do setor participam de atividades de ciência, tecnologia, engenharia e matemática em clubes locais para despertar interesse e ambição por tecnologia e inovação entre diversas comunidades.
As iniciativas não podem apenas se resumir em defender a diversidade dentro das próprias paredes de uma organização. Alinhar as prioridades de diversidade e inclusão requer um esforço conjunto entre as empresas e seus parceiros e fornecedores para ajudar uma à outra e assumir responsabilidades mutuamente.
A mudança é contagiosa
Muitos parceiros perguntam o que a HP está fazendo para se tornar um melhor lugar para trabalhar para mulheres, pessoas com deficiência, funcionários com várias orientações sexuais e veteranos. Isso tem sido muito reconhecido e mais organizações estão seguindo o exemplo.
Nesse sentido, a HP, há alguns anos, solicitou às agências de criação globais que estabelecessem metas e diversificassem seus times para melhorar a proporção de mulheres e minorias trabalhando em cargos criativos seniores nos EUA. Esse ousado desafio de diversidade nas agências pegou muitos de surpresa na época. Hoje, porém, pedir aos parceiros que espelhem os compromissos corporativos com a diversidade e a inclusão está se tornando uma prática mais comum.
As transformações que estão acontecendo na América Latina, do setor público aos negócios, e as gerações preparadas para liderá-las no futuro, ao mesmo tempo em que alcançam diversidade e inclusão, estão aqui para ficar. O canal, portanto, deve se preparar para esse novo padrão.
Por Claudio Raupp – presidente da HP no Brasil