O profissional deve entender as pessoas como elas são, para que possa obter o melhor do seu time e alcançar os resultados necessários
Você já reparou que, em muitas famílias, quando surge algum problema com o filho, pai e mãe disparam: “não entendemos o porquê de ele ser assim, criamos nossos filhos todos iguais, mas este só me dá problema!”. Pois é. É provável que o problema esteja justamente aí, nessa “criação igual”.
O óbvio precisa ser dito. Então, vou lhes escrever o óbvio, que vale para a educação dos filhos, para o relacionamento entre um professor e seu aluno, bem como para a gestão de talentos, no relacionamento dos profissionais com o seu chefe, com as suas equipes, seus pares e com outros profissionais: não se deve tratar as pessoas como se elas fossem iguais porque, obviamente, elas não são. Pode parecer simples, mas esse princípio tão óbvio da gestão dos recursos humanos é sistematicamente ignorado.
Em abril, tive oportunidade de receber um amigo de longa data no evento que fazemos mensalmente na Lens & Minarelli para assessorados e clientes do nosso programa de Outplacement e Transição de Carreira. Eduardo Carmello nos falou sobre inovação, design thinking e gestão da singularidade.
As pessoas são diferentes entre si e isso torna complexa a vida do gestor que aprendeu a gerenciar bem os processos e ainda lidera sua equipe entregando resultados na base do comando disciplinado e do controle eficiente. Cada vez mais, o universo do trabalho exige dos líderes uma nova postura diante dos desafios empresariais. A Gestão da Singularidade é uma exigência, não só das equipes, mas também do mercado. O desafio e a oportunidade dos gestores está bem aí: o profissional deve entender as pessoas como elas são, para que possa obter o melhor do seu time e alcançar os resultados necessários.
Hoje, em uma mesma equipe, temos uma variedade enorme de pessoas com idades, formações, origens e cultura diferentes. O mercado de trabalho está cada vez mais aberto ao mundo, a diferentes setores da economia e classes sociais. Imagine que esses profissionais possuem educação e expectativas diversas e todas elas estão ali, à disposição do líder/gestor para serem organizadas, estimuladas, reconhecidas e produzir resultados.
A produção do resultado aproveitando essa diversidade de pessoas demanda do gestor uma atuação bastante diferente. Isso pode ser desconfortável para aqueles que ainda não têm habilidades para lidar com gente diferente. No entanto, desenvolvida essa habilidade, o profissional irá alcançar resultados muito melhores para a sua carreira, porque oferecerá o que tem de melhor para cada uma das pessoas com quem se relacionar e aproveitará melhor o que cada pessoa tem para oferecer. Cada um do seu jeito, cada um da sua forma.
Isso também vale para o relacionamento com o cliente. Como o mercado é feito de “gente como a gente”, é preciso ser especialista em “cuidar de gente como gente”. Na Lens & Minarelli, por exemplo, todos os nossos projetos são desenvolvidos de forma personalizada, um a um, porque sendo as pessoas diferentes é natural que elas não sintam da mesma forma a perda do emprego. Além disso, elas possuem idades, projetos, possibilidades e culturas diversificadas. Tratá-las da mesma forma seria um grande fiasco.
Para que a sua gestão não seja só processual, observe sempre a importância de tratar as pessoas do jeito que elas são, compreendê-las bem e oferecer para cada uma delas o que é necessário ou esperado. Lidar com gente requer maturidade, flexibilidade, compreensão dos benefícios da singularidade e habilidade para compreender e lidar com situações inesperadas. Não é muito fácil, no início, mas depois tenho certeza de que você pega o jeito.
Por José Augusto Minarelli – CEO da Lens & Minarelli