Mesmo com uma alta após o ataque da Rússia à Ucrânia, o dólar continua desvalorizado em relação ao real. Na quarta-feira (23), a moeda norte-americana fechou em queda de 0,94%, cotada a R$ 5,0037. Foi a primeira vez, desde junho de 2021, que a cotação da moeda fechou a R$5. Neste último mês, ela acumulou uma queda de 5,69%. No ano, o valor foi ainda mais impressionante: uma queda acumulada de 10,24%.
Por quê?
Mais uma vez, umas das principais responsáveis pelo arrefecimento do dólar são as commodities, que valorizam a economia brasileira quando estão em alta. Do início de janeiro até este último dia 23, as matérias-primas já tiveram uma alta de 13,5%, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas.
Se as commodities ficam mais caras em dólar, como é o caso, mais forte fica o real, já que os países que exportam ganham mais divisas pelas vendas. Segundo o analista de investimentos e editor de conteúdo da Stake, Rodrigo Lima, o que ajuda a pressionar o preço das commodities é a inflação norte-americana, que fechou o ano passado com um aumento de 7%.
Além disso, o retorno da Selic (taxa básica de juros do Brasil) para os dois dígitos acaba atraindo investidores estrangeiros para o país. E, em comparação com outros mercados emergentes, o nosso é o que parece ser o mais estável. Por exemplo, a Rússia, também membro dos BRICS, se colocou em uma situação complicada, e investidores têm tirado o seu dinheiro de lá. Além disso, a China passa por alguns problemas regulatórios.
Estes fatores, como commodities, guerras, e economia geral, são decisivos para quem trabalha no mercado de câmbio ou até mesmo para quem gosta de arriscar em uma corretora forex bônus, por exemplo, que dá opções de renda variável para quem busca lucrar com as variações de moedas globais. Se você acha que entende deste mundo, uma dica é visitar o confiável.com para checar uma lista com as corretoras Forex sem custo, que ainda oferecem incentivos para novos clientes.
Em sua avaliação, Lima também acredita que “o Brasil parece estar na fase final do seu aumento de juros, com a Selic a mais de 10%. Se Estados Unidos e outras economias vão começar a aumentar juros, a gente já parece que está chegando ao final do ciclo. Uma vez que você já chegou ao final do ciclo, o mercado já descontou o suficiente essa subida de juros nos preços dos ativos e o pessoal acaba investindo mais no Brasil por conta disso”.
O que esperar?
Os analistas que fazem o Relatório de Mercado Focus já haviam divulgado na última segunda-feira (21), que o dólar não seguirá no patamar de R$5 até o final do ano. Segundo o levantamento, a moeda deverá fechar em 2023 valendo R$5,50, e se estabilizará em R$5,36 nas projeções para 2023.
Os economistas ainda afirmaram que isso irá depender de dois fatores principais: as eleições brasileiras e a política monetária do Federal Reserve (Fed), que no mês que vem já deve divulgar um aumento nos juros dos Estados Unidos.
Uma outra variável que observamos neste dia 24 é a situação na União Europeia e o estado da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Assim que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou o início de uma “operação militar” e várias bombas explodiram na capital ucraniana, Kiev, as bolsas internacionais caíram e o barril do petróleo passou de US$100 pela primeira vez desde 2014. Além disso, investidores passaram a aportar em ativos considerados seguros, como o ouro, o iene japonês e o dólar – e, consequentemente, vimos um aumento na moeda norte-americana.