Acolhimento e empoderamento: A força do ‘Tá Tudo Bem’ no ambiente corporativo
Colunista Mundo RH, Elisabeth Rodrigues, executiva de Recursos Humanos
Quem me conhece bem sabe que essa é uma das minhas frases (talvez até clichê) favoritas no mundo corporativo. E, no meio de tantas incertezas e necessidades que o ano nos apresenta, acredito que ela se faça cada vez mais necessária. “Tá tudo bem”, no meu ponto de vista, é sinal de acolhimento e encorajamento para novas tentativas. Respeita o componente humano de qualquer equação e relação e, principalmente, reconhece as nossas próprias imperfeições.
“Tá tudo bem” comunica o respeito às diferenças, assim como encoraja a seguir em frente, um caminho cheio de aprendizado e ainda mais fortalecido. “Tá tudo bem” abre portas para novas possibilidades. Claro que não estou me referindo a temas inegociáveis ou antiéticos. Inovação, eficiência, melhoria contínua, crescimento, transformação, digitalização, entre tantas outras necessidades corporativas, estão intimamente conectadas às crenças de que posso fazer diferente, posso fazer mais, posso fazer melhor e, acima de tudo, requerem uma atitude protagonista. E atitude protagonista requer um ambiente seguro. Tanto falamos sobre o componente de Segurança Psicológica como fundamental para o alto desempenho, e este não acontece se houver medo, insegurança ou ameaças presentes.
O medo gera resposta de fuga ou defesa e, nesse estado, é muito difícil operar em alto desempenho. “Tá tudo bem” traz o acolhimento necessário para que os indivíduos busquem desafiar o seu melhor e não criem crenças limitantes. O nível de confiança dentro das organizações vem caindo de forma bastante significativa e, sem o acolhimento necessário às diferenças, medos, incertezas, ambições, vontades e individualidades, vejo como muito difícil resgatá-la. Em um ano onde a produtividade é uma das palavras-chave (e necessária) do mundo corporativo, precisamos olhar para isso. “Tá tudo bem” também significa “Eu confio em você”.
E pessoas empoderadas normalmente produzem mais. Gosto muito de um autor chamado Paul Zak que traz a confiança como a grande ciência de organizações de alta performance. Dentre elementos como apreciação, alinhamento de expectativas, autonomia e transparência, o cuidado e a naturalidade aparecem como críticos para a construção de confiança. “Tá tudo bem” é uma forma de cuidado com o outro, com o time. “Vulnerabilidade não é uma fraqueza. Honestidade não é vergonhoso.
Ambos são fortalezas que convidam à colaboração, o que leva ao alto desempenho”, são palavras de Paul Zak. “Tá tudo bem” também é, principalmente, uma forma de autocuidado. Reconhecer limites, vocações, oportunidades. E é um grande aliado da saúde mental. “Tá tudo bem” é um convite ao aprendizado e ao desenvolvimento constantes. É um grande aliado do autorrespeito. “Tá tudo bem” é um convite para reconhecer nossas humanidades. É um convite para despertar nossas potencialidades. “Tá tudo bem” deveria sim fazer parte do glossário corporativo. “Tá tudo bem” cria vantagem competitiva porque eleva o nível de engajamento. Bora praticar. Você vem comigo nessa?