Relatório da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) aponta que a área de Tecnologia da informação (TI) demandará 420 mil profissionais até 2024. Para suprir essa demanda, seria necessário capacitar, anualmente, pelo menos, 70 mil pessoas para atuar em carreiras, como desenvolvimento de software, engenharia de redes e ciências de dados. No entanto, o Brasil forma apenas 46 mil profissionais por ano na área. Atenta a essa realidade, a Digital House, em parceria com o Mercado Livre e a Globant, criou o Certified Tech Developer, curso destinado a jovens que acabaram de concluir o ensino médio e precisam de uma qualificação para se colocar no mercado de trabalho. “O curso foi desenvolvido para que, em um período de dois anos, o aluno adquira todos os conhecimentos técnicos necessários para sua inserção no mercado da indústria tecnológica”, explica Sebastian Mackinlay, CEO da Digital House Brasil.
As inscrições para a segunda edição do Certified Tech Developer, cujas aulas têm início em 9 de agosto, estarão abertas até 1º de julho de 2021. Para esta edição do programa, serão concedidas 1000 bolsas de 95%. O programa quer atrair, principalmente, estudantes de baixa renda, mulheres e outras minorias para a área da tecnologia. Os candidatos deverão cumprir as etapas do processo seletivo conforme prazos informados durante o processo. Quanto antes conseguirem concluir todas as etapas, mais chances de serem contemplados com uma das bolsas. A primeira edição do programa teve mais de 45 mil inscritos para 250 bolsas, uma relação de 180 candidatos por vaga.
O CEO da Digital House enfatiza que na América Latina existe uma crescente demanda por perfis com especialização tecnológica e uma baixa porcentagem de jovens que se capacitam para trabalhar nesta indústria, especialmente, nas camadas mais carentes da população. “Nesse sentido, o Certified Tech Developer vem atender a demanda urgente do mercado por mão de obra qualificada e, com a concessão de bolsas, oferecer ao jovem de baixa renda a oportunidade de se inserir em uma área cuja taxa de empregabilidade é alta, além da excelente remuneração, que pode transformar a sua condição social”, acredita Mackinlay.
O Certified Tech Developer tem foco na prática e na formação para o mercado de trabalho. De acordo com Mackinlay, a proposta é oferecer ao jovem a possibilidade de ingressar no mercado de trabalho com uma remuneração atrativa, sem que precise fazer um curso universitário. Para isso, o programa se baseia no ensino de habilidades já utilizadas por empresas de tecnologia que são referência no mercado. Além disso, a metodologia de sala de aula invertida, em que o aluno estuda a parte teórica nos momentos fora da aula e usa o período de aula para praticar, dá a oportunidade para que o indivíduo tenha contato e busque soluções para problemas reais desde as primeiras aulas.
“O curso foi estruturado para que, durante o primeiro ano, o aluno estude de forma intensiva a fim de que, ao final deste período, ele tenha conhecimentos suficientes para ingressar imediatamente no mercado de trabalho. Já no segundo ano, a carga horária se torna menor e mais flexível para que o aluno consiga conciliar trabalho e estudo”, salienta o executivo.
Cenário
Somente entre os meses de março e setembro de 2020, o país fechou 897 mil vagas com carteira assinada, de acordo levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior parte das baixas aconteceu nos setores de Serviços e Comércio. Ao todo, foram perdidas 181 mil vagas de vendedores em lojas e mercados – o dobro do número de vagas fechadas na indústria. Isso sem contar 1,4 milhão de trabalhadores domésticos que perderam o emprego no mesmo período, ainda de acordo com o IBGE.
Tal cenário mostra que se por um lado a crise sanitária provocou a aceleração da chamada transformação digital, por outro ela acelerou também a tendência de extinção de funções consideradas mais mecânicas. Um relatório da consultoria McKinsey estima que funcionários de atendimento ao público em setores como Varejo, Turismo, Alimentação e profissionais de apoio em escritórios terão os cargos ameaçados de extinção até 2030. Serão 100 milhões de vagas a menos apenas nos oito países que foram foco de estudo da consultoria.
O fato é que as funções mecânicas tendem a ser substituídas pela tecnologia e a transição de emprego e mesmo a inserção no mercado de trabalho irá demandar mais estudos. Nesse contexto, jovens, minorias e aqueles com menor educação formal serão os mais prejudicados. “Tudo isso mostra a urgência da necessidade de as pessoas buscarem, desde já, alternativas para manterem a sua empregabilidade no pós-pandemia. Levando em conta que a automação das atividades é um caminho sem volta, as carreiras digitais se tornam uma das alternativas mais viáveis”, acredita o CEO da Digital House.
SERVIÇO
Curso Certified Tech Developer
Inscrições: de 1/6 a 1/7 pelo site https://www.digitalhouse.com/br/bolsas/certifiedtechdeveloper
Início das aulas: 9/8