O executivo lembra que independentemente do porte da empresa, pensar um pouco mais no colega ao lado é uma forma de melhorar a convivência e transformar a rotina, com mais leveza
A partir do momento em que se vive em sociedade, existe o dever de lidar com outras pessoas, que podem ser completamente diferentes na forma de pensar. Dentro das empresas, a atenção a essa questão se torna ainda mais relevante, uma vez que estão trabalhando, em um mesmo espaço, profissionais com perfis, culturas e personalidades diversas.
De acordo com o CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos, que atua em todos os setores da economia na América Latina, com 50 escritórios ao redor do mundo via Agilium Group, David Braga, um “ambiente” onde reina o egoísmo é uma arena propícia para o surgimento de atritos, que podem ser desastrosos para o clima da organização e, ainda, destruir carreiras. “Exercer a empatia, definida, resumidamente, como a habilidade de compreender os outros indivíduos, é essencial para evitar atritos desnecessários. Ao usar essa competência/habilidade, o profissional tem mais chance de êxito na resolução de problemas e, consequentemente, ganha mais destaque e relevância na profissão”, comenta o executivo.
Braga destaca que a pessoa empática consegue lidar melhor com muitas situações. Ela tem a capacidade de se colocar no lugar do outro e entender o seu ponto de vista, mesmo que não concorde com ele. Conflitos são situações naturais e inevitáveis em qualquer ambiente humano, incluindo relações pessoais, ambientes de trabalho, comunidades e esfera internacional. “Importante lidar com diplomacia, com todos os níveis hierárquicos – superiores, pares ou liderados – e estabelecer uma conexão verdadeira, reduzindo, assim, os embates. Da mesma forma, essa condição ocorre no contexto pessoal, no qual os relacionamentos têm que ser cuidados e preservados. E já que precisamos viver em sociedade, a única saída é buscar a empatia como uma prática diária”, diz Braga.
Ele pontua que isso não significa concordar com todos os posicionamentos e aceitar tudo, mas, sim, entender e respeitar os pontos de vista dos colegas, além de expor as próprias opiniões. E para isso, é fundamental desenvolver, também, a habilidade de escuta ativa. Essa arte significa ter paciência e tolerância com quem fala, ou seja, não se trata apenas de ouvir ou acompanhar o raciocínio de alguém: é preciso perceber, compreender e, principalmente, aceitar e acolher as concepções divergentes.
O executivo lembra que independentemente do porte da empresa, pensar um pouco mais no colega ao lado é uma forma de melhorar a convivência e transformar a rotina, com mais leveza. “Vivemos na era do compartilhamento e, portanto, não podemos mais ignorar os sentimentos e problemas alheios. Até porque cada um tem sua história, suas crenças, seus repertórios e tantos outros diferenciais que fazem cada indivíduo ser como é. Sendo assim, uma equipe formada por pessoas empáticas tende a se entender melhor e a compartilhar opiniões com mais facilidade, chegando a um denominador comum para novas ações”, comenta.
Não é à toa que a empatia é umas das competências e habilidades (soft skills) presentes em pessoas de sucesso. Quando precisam gerenciar conflitos, suas chances de resolução aumentam consideravelmente. Atritos internos afetam diretamente os resultados das companhias, a credibilidade dos colaboradores envolvidos e o desenvolvimento das carreiras. Cabe, então, a cada profissional exercer o seu protagonismo e decidir se será mais um no meio da multidão ou aquele que usa, além do conhecimento técnico, adquirido nas escolas e faculdades, todas as suas competências e habilidades para ser melhor e consequentemente, se destacar dentro da organização.