O empreendedorismo social é uma ferramenta que veio para ficar e, obviamente, há uma demanda e atenção
Por Lilian Giorgi – Diretora Sênior de RH da A&M e Colunista Mundo RH
O Brasil conta com 47 milhões de jovens entre 18 e 29 anos, o equivalente a 23% da população, segundo o IBGE. Para esta parcela, consideravelmente grande e presente em sua maioria nas regiões periféricas metropolitanas do país, os desafios para os próximos anos serão ainda maiores. Recém saídos da adolescência, em muitas das vezes sem qualquer tipo de formação ou orientação, eles acabam com uma baixa perspectiva e não conseguem avançar profissionalmente. Mas como reverter essa situação diante de um cenário tão agressivo com nossos jovens?
Acredito que um dos caminhos seja o empreendedorismo social. Não são poucos os programas que buscam promover não apenas a informação, mas também a formação deste público, o que considero primordial dentro de todo o processo. Só assim o ciclo fará sentido. Quando digo que os próximos anos serão desafiadores, me refiro às dificuldades que os jovens poderão se deparar. Tudo isso estará atrelado a duas palavras: oportunidade e aproveitamento.
E é exatamente isso que a A&M está propondo com o lançamento do projeto IMPULSO, um programa educacional de inovação, empreendedorismo e impacto social, dedicado aos jovens dessa faixa etária, residentes na cidade de São Paulo ou em uma distância de até 50 quilômetros da capital. O objetivo é contribuir para a longevidade do mercado de consultorias, sem esquecer da diversidade, tão necessária para alcançarmos um Brasil mais justo e equilibrado.
Nossa proposta é centrada nas experiências pessoais, de modo que os participantes terão tarefas desafiadoras: pensar e desenvolver soluções que melhorem o dia a dia de suas respectivas comunidades. Mas por que não de um país inteiro? É onde queremos chegar em breve. Nesta primeira fase vamos disponibilizar 60 vagas. Os candidatos deverão responder a seguinte pergunta: se as competências e recursos te fossem garantidos, qual problema da sua comunidade você resolveria e como?
Mas não bastam respostas simples. Queremos fundamentos. E para isso, serão levados em conta diversos fatores, como a viabilidade das soluções, a escalabilidade e o alinhamento com algum dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Como diretora de RH da A&M, só tenho motivos para acreditar nesta iniciativa. Certamente será um ponto de virada, um projeto que servirá de referência para os próximos anos, podendo até mesmo ser replicado por outras empresas. Não é exagero dizer que seremos responsáveis por uma transformação social muito importante, não apenas para as famílias que serão impactadas, mas também para as comunidades ao qual esses jovens residem. Transformar este entorno, mudar a realidade dessas localidades, é um papel que vai além das autoridades. Enquanto membros da sociedade, não queremos esperar. Vamos nós arregaçar as mangas e agir.
O empreendedorismo social é uma ferramenta que veio para ficar e, obviamente, há uma demanda e atenção. Não é um exagero: quem souber aproveitar o momento e, junto a isso, se posicionar à frente dos demais – digo em relação à criação de novas soluções – será, sem dúvidas, uma jovem referência para o país. São esses perfis que buscamos. São esses líderes que queremos ajudar a formar.