O home office chegou para ficar em empresas de diversos setores e, para a empresa maringaense TecnoSpeed, conhecida como A Casa do Desenvolvedor de Software, não será diferente.
Com 120 colaboradores, a empresa trabalha desde 2006 desenvolvendo soluções que simplificam o trabalho de se construir um software, em especial, sistemas de documentos fiscais eletrônicos.
A empresa precisou se adaptar rapidamente ao modelo devido a pandemia da Covid-19 e aponta que o saldo foi tão positivo que o “novo normal” da empresa será trabalhar remotamente.
Para o cofundador e CEO, Erike Almeida, “o impacto de mandar todos para home office do dia para a noite foi grande, mesmo para nós, que já tínhamos alguns colaboradores trabalhando em home office há mais de seis anos”, comenta.
A grande surpresa foi ver o desempenho de setores nunca cotados para o trabalho remoto, como gerentes, coordenadores e diretores. “Já estamos há 80 dias com 100% da TecnoSpeed em home office, ainda não temos previsão de retornar, mas daqui para a frente não será mais igual. A ideia é que 70% dos colaboradores continuem em home office permanente”, explica o CEO.
Mesmo com uma pequena redução nos negócios observada em março e abril, a empresa se comprometeu a não reduzir salários ou fazer demissões por causa da Covid-19. E a estratégia deu certo: o mês de junho já se mostra muito mais promissor.
Os colaboradores também comemoram o sucesso do trabalho remoto. Uma pesquisa interna apontou que 90% dos desenvolvedores de software da empresa gostariam de trabalhar remotamente com mais frequência quando as restrições de permanecer em casa forem flexibilizadas.
Thayza Freitas, analista de RH,conta que durante o isolamento a visão da empresa mudou em relação a jornada de trabalho. “Percebemos uma relação de mais confiança entre os gestores e suas equipes. Se antes o trabalho das 8 às 18 era uma necessidade, hoje o mais importante são as entregas”, explica.
Para os colaboradores, os benefícios são muitos: podem trabalhar em horários mais flexíveis, quando rendem mais. “A flexibilidade trouxe ainda mais produtividade. Alguns comentam que estão rendendo mais e com mais qualidade de vida”, explica a analista.
Novas contratações e o cuidado com os colaboradores
Para se adequar a esse novo modelo home office, o setor de Recursos Humanos precisou sair na frente. Thayza conta que na semana que a OMS (Organização Mundial de Saúde) decretou a pandemia, 100% da empresa foi designada para o trabalho remoto. “Em apenas um dia conseguimos que os gestores avaliassem a necessidade de cada colaborador, disponibilizamos equipamentos e conversamos com o sindicato. Foi tudo muito rápido, mas a adaptação também teve a mesma velocidade”. E a primeira ação da empresa foi enviar aos colaboradores kits para proteção ao coronavírus, como máscaras de proteção e álcool em gel.
As ações internas também foram reinventadas: as comemorações, happy hours e reuniões, antes feitas presencialmente na sede da empresa em Maringá, hoje são realizadas com o envio de mimos para a casa dos colaboradores e acompanhamento online. Todos juntos, mas separados fisicamente. Tudo isso para criar um ambiente favorável para o desenvolvimento humano.
Mesmo em no período de isolamento, a área de recrutamento e seleção foi bastante demandada. Durante os 80 dias de isolamento social, foram contratados cinco novos colaboradores. Três já estão fazendo a integração de forma remota e os outros dois passaram por todo processo online, sem testes em papel ou entrevistas presenciais. O novo modelo de trabalho que abriu o horizonte da empresa, que antes prospectava candidatos apenas na região de Maringá, um dos participantes do processo seletivo é ser de outro estado e que já trabalhará no modelo home office.
Com essa visão de trabalho remoto, várias adaptações também estão sendo feitas para estender o pacote de benefícios da empresa como plano de saúde, vale alimentação, curso de inglês, entre outros, em nível nacional.
Agora a empresa se prepara para a flexibilização da quarentena e seu escritório está sendo preparado para a volta daqueles que preferirem, voluntariamente trabalhar no modelo convencional. O espaço passará por uma higienização completa, com mais espaçamento entre as mesas e ambientes, a utilização obrigatória de máscaras, entre outros cuidados.
Para a grande maioria que preferir o trabalho no modelo home office, ela disponibilizará toda a estrutura física recomendada como mesas de trabalho, cadeiras ergométricas, além de uma ajuda de custos mensal para ajudar com despesas como energia e internet.
A analista de RH conta que “os colaboradores têm dado feedback positivo, principalmente no que se refere ao cuidado com a gestão de pessoas. Eles se sentem ainda mais próximos e reconhecem o carinho que empregamos em cada ação”.
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