Para que uma empresa seja realmente inclusiva, é necessário que haja o envolvimento da liderança e de colegas de trabalho. É o que revela levantamento da VAGAS.com, pioneira no desenvolvimento de software de recrutamento e seleção. De acordo com a pesquisa, 76% dos respondentes consideram que a liderança precisa estar alinhada com todos os tipos de público que chegam nas empresas. Também há 70% desejando que os colegas de profissão estejam engajados em tratar todos de forma justa e não discriminatória. Outros aspectos mencionados pelos respondentes para que uma empresa seja realmente inclusiva foram: infraestrutura da empresa (49%), promoção dentro da empresa com ações de incentivo à diversidade (37%) e promoção de ações de incentivo à diversidade fora da empresa (29%).
“As empresas já começam a perceber que um programa de diversidade tem de ser muito mais efetivo do que uma simples ação de marketing. É realmente necessário o total envolvimento dos líderes, funcionários e departamentos estratégicos de uma empresa. O mais importante é que uma companhia tenha essa cultura muito bem disseminada dentro de casa antes de lançar qualquer iniciativa nesse sentido. O processo de inclusão da diversidade tem de ser autêntico e para valer. Se isso fizer sentido, qualquer ação que faça parte desse processo, como recrutamento e seleção, terá grande chance de ser bem- sucedida”, esclarece Renan Batistela, especialista em treinamento e integrante do grupo de Diversidade e Inclusão da VAGAS.com.
O estudo Diversidade na busca de oportunidades no mercado de trabalho foi realizado por e-mail, com 2675 respondentes usuários do portal de carreira VAGAS.com.br em dezembro de 2019. O objetivo desse levantamento era entender a importância dos programas de diversidade para candidatos que buscam novas oportunidades de emprego, quais aspectos mais influenciam em suas escolhas, suas opiniões sobre programas de diversidade e ações afirmativas. Os entrevistados possuem média de 32 anos e mais da metade é negro. Os que possuem “formação superior completa” representam um terço, enquanto 24% estão cursando uma universidade e 14% já são pós-graduados.
Um dos aspectos da pesquisa foi mostrar se a busca de diversidade por uma empresa é relevante. O levantamento apontou que 55% dos profissionais acreditam que a diversidade é “muito importante” enquanto 33% indicaram que este aspecto seja “importante”. Os que julgaram nada ou pouco importante somaram 3%.
Da base total de respondentes, a pesquisa aponta ainda que 11% demonstraram indiferença, pouca ou nenhuma importância com relação à questão da diversidade. Entre os motivos, 3% entendem que políticas de diversidade não geram justiça social, 2,9% que elas beneficiam um grupo seleto de pessoas, 2,7% que excluem profissionais em detrimento de outros e 1,4% que é uma questão de marketing.
Para aqueles que apontaram importante uma empresa se preocupar com a diversidade, a pesquisa buscou saber quais os motivos que eles julgam mais relevantes para essa importância. Para 46%, porque “é justo” enquanto 41% afirmam que “gostam de trabalhar em empresas que valorizam a diversidade”. Já para 33%, é “importante a empresa possuir maior pluralidade de ideias”. Somaram 32% “porque faz parte das minhas crenças e valores”. Há ainda 16% que relataram que já “sofreram preconceito e discriminação”, além de 15% mencionando que “gostam de trabalhar ao lado de pessoas com as quais se sentem representadas”.
Na prática, segundo a pesquisa, a promoção da diversidade nas companhias não é unânime. Somaram 74% aqueles que concordam totalmente que as empresas precisam ter programas de diversidade. Os outros 26% concordam parcialmente, mantêm-se neutros ou discordam dessa alegação. No caso de adoção de ações afirmativas (conjunto de medidas especiais voltadas a grupos discriminados e vitimados pela exclusão social), representou 53% o grupo da discórdia ante 42% que concordam totalmente e 5% que não souberam dizer.
Ao avaliarem a experiência atual e anterior de emprego, a maior parte dos participantes (57%) afirmou que há diversidade no ambiente de trabalho. Foi mencionada diversidade em vários níveis de liderança (47%) e na gerência (10%). Para aqueles que apontaram a falta de programas de diversidade (43%), os motivos relatados foram que há no discurso, e não na prática (23%) e não vê diversidade nos mais variados níveis (19%).