Estratégias proativas de transição de carreira interna surgem como alternativa para reter talentos
Em resposta a um mercado de trabalho cada vez mais volátil, empresas brasileiras estão adotando estratégias proativas para facilitar a transição de carreira de seus colaboradores, visando a retenção de talentos e a redução do turnover. Uma pesquisa recente da Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia (EBAC) revela que 62% dos brasileiros desejam mudar de área, enquanto 26% já vivenciaram essa transformação em algum ponto da carreira.
Luciana Neuber, gerente de Formação, Desenvolvimento e Retenção de Talentos da SIS Innov & Tech, destaca os benefícios dessa abordagem: “Apoiar a transição de carreira interna não apenas promove a satisfação do colaborador, mas também representa uma economia significativa de recursos em comparação à contratação e treinamento de novos profissionais.”
No entanto, gerenciar essas transições pode apresentar desafios, tanto para os colaboradores quanto para os gestores. Luciana enfatiza a importância de práticas internas que valorizem a evolução da equipe e a retenção de talentos, sem comprometer a cultura organizacional. “É crucial implementar práticas de retenção que alinhem os interesses dos colaboradores com os objetivos da empresa, mantendo a competitividade do negócio”, acrescenta.
A especialista também aborda a percepção equivocada de perda quando um funcionário é transferido internamente. “Preferimos perder um colaborador para outro departamento da empresa do que para o mercado. Esse processo não só contribui para o crescimento do profissional que muda de área, mas também para o desenvolvimento do novo talento que o substitui”, explica Neuber.
A área de Tecnologia da Informação (TI) exemplifica bem a dinâmica de transição de carreira, onde a demanda por profissionais qualificados e as oportunidades de crescimento rápido atraem muitos interessados. A rápida qualificação técnica, somada a remunerações atrativas, tem incentivado cada vez mais profissionais a considerar uma carreira em TI.
Neuber finaliza, destacando a mudança de valores entre as gerações mais novas, que buscam qualidade de trabalho acima da permanência prolongada em uma mesma empresa. “A retenção vai além de um simples plano de carreira. É fundamental entender e alinhar os valores da empresa aos dos profissionais que buscamos reter”, conclui.
A iniciativa da SIS Innov & Tech e outras empresas brasileiras em apoiar a transição de carreira interna sinaliza uma tendência de adaptação às necessidades dos colaboradores, reconhecendo que a flexibilidade e o apoio nas mudanças de carreira podem ser decisivos para a satisfação e o comprometimento a longo prazo.