O índice de escassez de profissionais qualificados no Brasil atingiu 81% e pacotes de benefícios diferenciados pode ser o caminho para companhias diminuírem a perda de bons colaboradores
A escassez de talentos tem sido uma das maiores dificuldades atuais do mundo corporativo. Para se ter uma ideia, em 2022 o índice global de insuficiência de profissionais que são, realmente, competentes atingiu 75% — o maior nível em 16 anos, — de acordo com o ManpowerGroup. E no Brasil a crise pode ser ainda maior, visto que a taxa no país alcançou a marca de 81%.
Além disso, com um cenário de rápido avanço digital e globalização, a competitividade por competências humanas tem crescido, uma vez que, com a popularização do teletrabalho, as barreiras geográficas foram quebradas. Com isso, as empresas têm buscado formas de reter seus talentos, e um aliado que encontraram foi a oferta de benefícios corporativos.
Um estudo sobre tendências, realizado pela MetLife, mostrou que 40% dos empregados valorizam companhias que oferecem um pacote de benefícios atrativos. Desses colaboradores, 91% dizem preferir benefícios que atendem as mais diversas necessidades.
Otto Marques, CEO e fundador do Meu Pet Club — health pet que oferece planos de saúde para cães e gatos, — diz que como a demanda de cada pessoa é única, é preciso fugir do tradicional. “Para que seja utilizado de forma correta, as empresas precisam entender o conceito, tipos existentes e especificidades dos benefícios. Não adianta oferecer vale transporte para um trabalhador que utiliza o modelo remoto, por exemplo. Não faz sentido, é ineficaz. Tem que inovar”, comenta o executivo.
Dentro desse pacote inovador, as instituições podem oferecer o plano de saúde pet para acompanhar a tendência da mudança da configuração familiar, conhecida como “família interespécie”, que pode ser conceituada como aquela composta por humanos e não humanos.
Segundo Marques, “nem todas as pessoas desejam ter filhos humanos, mas querem exercer a paternidade/maternidade. Sendo assim, os animais de estimação passaram a exercer essa função de descendente e, a partir do momento que se torna um membro familiar, passa a receber a mesma atenção dada para uma criança. Então, tudo que atingir, negativamente, esse pet vai refletir na produtividade do seu colaborador. Desde doenças até gastos não previstos no orçamento. Por isso entendemos que é preciso olhar não apenas para o trabalhador como indivíduo, mas para sua vida como um todo, e isso, certamente, engloba seu bichinho”, explica.
E, de fato, o número de animais de estimação nos lares brasileiros cresceu. Em 2019, 65,4% dos domicílios tinham, ao menos, um cachorro ou um gato, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE.
Hoje, estima-se que esse número seja ainda maior, visto que com a pandemia da Covid-19, muitas pessoas tiveram que enfrentar o isolamento sozinhas e, por isso, decidiram adotar um pet. Segundo a Radar Pet, estudo feito pela Comac (Comissão de Animais de Companhia), o percentual de adoção nesse período chegou a 30%.
Para Cesar Heli, CEO e fundador da Magicel — consultoria de benefícios empresariais, — o plano de saúde pet como um benefício ainda é uma novidade no mercado corporativo, mas diante da realidade exposta pelos dados, de que as pessoas estão adquirindo mais animais de estimação e os vêem como membros familiares, oferecer esse pacote aos colaboradores é uma forma de demonstrar que a organização está atenta ao formato de família moderna.
“É a companhia se preocupando com o time para além da empresa. Sem dúvidas, isso pode fortalecer a marca empregadora”, salienta Heli.
Assim como os planos de contratação individual, os pacotes corporativos do Meu Pet Club se adaptam às necessidades de cada animal, com diferentes coberturas, e prometem valores até 15% mais baratos que a média do mercado e planos mais completos. Vacinas, consultas, exames e procedimentos estéticos são alguns dos serviços incluídos.
Fora isso, a startup também criou um modelo diferenciado para atender no país inteiro. “Com a grande aderência do home office, tivemos que pensar em algo que facilitasse a vida da empresa e do colaborador. Por isso, criamos o sistema de reembolso. Desse modo, conseguimos atender em 100% do território nacional e sem a necessidade de ter mais de um fornecedor para o mesmo serviço. Além do mais, o RH fica responsável apenas pela ponte entre trabalhador e assinatura de contrato. Todo o restante é por nossa conta, feito 100% online para que seja otimizado”, finaliza Marques.