Aprender é um processo que exige experiência, coragem para arriscar e disposição para errar.
David Braga, CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent
Atuando como Headhunter, o famoso “caça-talentos”, em diversos processos de seleção que conduzo, é comum ver profissionais de níveis hierárquicos estratégicos hesitarem ou ficarem sem palavras quando questionados sobre como se percebem ou como acreditam ser vistos por líderes, pares e liderados. Ter clareza em relação a esse tema é essencial para qualquer profissional, independentemente do cargo que ocupa. Lembrando que nenhum de nós tem todas as competências e habilidades exigidas pelas várias profissões e posições da atualidade. Há indivíduos diferenciados, que em determinados quesitos podem estar acima da média, mas sempre teremos algo a aprimorar em vários aspectos ao longo da carreira.
Como seres imperfeitos, errar faz parte da jornada. Diariamente, somos desafiados a crescer por meio de situações cotidianas: um mal-entendido com um colega, uma palavra inadequada para o superior ou um esquecimento que impacta terceiros. Essas falhas acontecem com todos, afinal, assim como o mundo, estamos sempre em transformação.
E sabe quem não erra? Quem não tenta. Aprender é um processo que exige experiência, coragem para arriscar e disposição para errar. No início da minha carreira, eu tinha uma visão idealizada do mundo profissional e, como muitos, acreditava que aos 28 anos já estaria em uma posição de destaque, com uma renda significativa e algumas conquistas importantes na bagagem. Com o tempo, percebi que aquele plano inicial não dependia apenas de mim. Fatores como oportunidades, dedicação, timing e contexto eram fundamentais para abrir espaço para que eu pudesse demonstrar minhas habilidades. Mais do que isso, compreendi que a evolução profissional requer um processo contínuo de autoavaliação: conhecer-se melhor, refletir sobre escolhas, enfrentar os erros de frente, celebrar os acertos e aprender com cada etapa. Esse movimento constante de revisão e aprimoramento foi determinante para o meu crescimento.
No universo corporativo, aprender com os erros e transformá-los em crescimento é essencial. Isso inclui corrigir falhas, valorizar soft skills e praticar a escuta ativa. Aceitar críticas, reconhecer equívocos e promover mudanças com maturidade emocional são passos chave para o aprimoramento. Também é fundamental investir no marketing pessoal, destacando suas conquistas de forma equilibrada. Se você não promover suas realizações, quem o fará? Construir uma imagem coerente é sua responsabilidade, especialmente ao buscar novos patamares na carreira.
Tendemos a querer terceirizar o gerenciamento de nossas ações, muitas vezes entregando o controle a outros. No universo profissional, quantos deixam que a empresa defina o rumo de suas carreiras? Isso faz com que o protagonismo, a atitude de assumir o controle da própria vida, desapareça. Também buscamos atalhos e soluções rápidas. Para alcançar nossos sonhos, sejam profissionais ou pessoais, o caminho é árduo e construído a cada dia. Cada decisão, ou a falta dela, molda quem somos e quem seremos. E o futuro, o que é senão o reflexo do que fazemos (ou não) hoje?
Assuma o controle da sua vida, direcionando esforços para suas metas. Se necessário, invista em novas formações para atualizar a carreira e aperfeiçoar competências técnicas. Busque mentores acessíveis, pessoas que você admira, para trocar ideias. Aproveite o tempo livre ou as férias para realizar projetos que sempre desejou, mas nunca teve tempo. Busque sua melhor versão diariamente. Em um mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo), a flexibilidade é essencial para não apenas sobreviver, mas alcançar todo o seu potencial profissional e pessoal.