Burnout: o preço do sucesso? Lições de uma ex-executiva para encerrar o ano com saúde e equilíbrio.
Com o fim de ano se aproximando, profissionais de diversas áreas encaram o desafio de lidar com prazos curtos, metas agressivas e cobranças intensas. Esse cenário, embora comum, pode ser um terreno fértil para o burnout, uma síndrome que afeta quase 33 milhões de brasileiros, segundo dados da ISMA-BR (International Stress Management Association). Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição é um alerta de que algo precisa mudar no ritmo e na cultura organizacional.
Entre os relatos de quem enfrentou o esgotamento extremo está o de Fabiana Nunes, ex-diretora financeira. Após anos de jornadas extenuantes e pressão contínua, Fabiana chegou ao limite, enfrentando crises de ansiedade tão intensas que, em determinado momento, acreditou estar tendo um infarto. “A dor física era real, mas não traduzia o que eu sentia por dentro”, relembra.
O impacto pessoal e familiar do Burnout
O burnout não apenas afetou sua saúde emocional e física, mas também abalou suas relações. “Cheguei ao ponto de me afastar de amigos e até da minha filha. Não percebia que estava pagando um preço alto por tentar dar conta de tudo”, conta Fabiana. A situação atingiu um ápice crítico quando ela teve que lidar com a depressão da filha, algo que atribui diretamente à sobrecarga que vivia no trabalho.
Iniciar a recuperação foi desafiador. Terapia, fé e um esforço constante para se reconectar consigo mesma foram fundamentais no processo. “Foi minha fé que me deu forças para recomeçar. Hoje, sei que é possível trabalhar de forma sustentável, mas isso exige mudanças conscientes”, afirma.
Cultura de bem-estar: uma necessidade estratégica
Fabiana agora utiliza sua experiência para conscientizar outros profissionais e empresas sobre os perigos do burnout, especialmente em períodos de alta demanda, como o fim do ano. Ela enfatiza a importância de práticas que promovam equilíbrio e saúde mental no ambiente corporativo:
- Planejamento eficiente: Finalizar projetos sem pressa desnecessária.
- Estabelecimento de limites: Saber dizer “não” quando necessário.
- Práticas de autocuidado: Priorizar atividades que reduzam o estresse e aumentem a qualidade de vida.
“O fim de ano não precisa ser sinônimo de exaustão. Podemos encerrar ciclos com paz e planejamento”, reforça.
Burnout: um problema que vai além de profissões de alta carga emocional
Embora seja mais frequente em áreas como liderança, medicina e educação, o burnout pode atingir qualquer profissional submetido a jornadas intensas e ambientes de trabalho tóxicos. Especialistas apontam que uma cultura organizacional voltada para o bem-estar é essencial para reduzir o turnover e melhorar a produtividade.
O alerta para profissionais e empresas
A experiência de Fabiana é um chamado para que profissionais priorizem o autocuidado e que empresas repensem suas práticas. “Não espere chegar ao limite para perceber que é preciso mudar. O equilíbrio não é só possível, mas necessário”, conclui.
Com dados alarmantes e relatos reais, o tema reforça a necessidade de ações imediatas para criar um ambiente de trabalho mais saudável, sustentável e humano. Afinal, o sucesso não deve vir às custas da saúde de quem o constrói.