Por que a Geração Z e os Millennials só querem trabalhar em empresas com propósito, práticas sustentáveis e cultura organizacional alinhada aos valores sociais.
Mais do que salários altos ou benefícios tradicionais, os jovens profissionais estão cada vez mais atentos ao propósito das empresas. Nesse cenário, as práticas de ESG (Environmental, Social and Governance) têm se tornado fator decisivo na escolha de onde trabalhar. Geração Z e Millennials, que hoje representam a maior parte da força de trabalho global, buscam ambientes corporativos que priorizem responsabilidade social, sustentabilidade e bem-estar coletivo.
De acordo com um levantamento da Deloitte, os nascidos entre 1997 e 2010 são os mais preocupados com práticas de ESG — desde o consumo de produtos e serviços de origem sustentável até a busca por empregos. Mais da metade desses jovens afirmam que rejeitariam ofertas de trabalho que não estejam alinhadas às suas preocupações ambientais e sociais. Entre os Millennials (1981–1996), o comportamento é semelhante: 60% disseram se sentir mais motivados a trabalhar em empresas que adotam práticas consistentes de ESG.
Essa mudança de mentalidade faz com que o ESG deixe de ser um diferencial competitivo e se torne uma estratégia central de atração e retenção de talentos. “O ESG impacta diretamente a percepção que os profissionais têm da empresa. Quando enxergam uma cultura que valoriza saúde mental, ética e propósito, tendem a se engajar mais, permanecer por mais tempo e se sentirem parte de algo maior”, afirma Vivian Tenuta, head de Recursos Humanos da Corning para a América Latina.
Além disso, os jovens trabalhadores também esperam transparência e compromisso das empresas com diversidade, inclusão e impacto ambiental. A ausência de iniciativas claras nesses pilares pode gerar desconexão, desengajamento e até boicote, tanto por parte de colaboradores quanto de consumidores. Por isso, adotar uma agenda ESG sólida deixou de ser uma questão apenas de reputação — tornou-se uma questão de sobrevivência empresarial.
Com foco no pilar social, muitas empresas têm investido em ações concretas voltadas à saúde emocional, ao combate ao burnout, a programas de bem-estar e a iniciativas de diversidade e inclusão. O objetivo é criar ambientes de trabalho mais saudáveis, sustentáveis e coerentes com os valores das novas gerações, cada vez mais críticas e conscientes.
“Estamos falando de um público que busca conexão genuína com os valores da empresa. O ESG, quando aplicado com verdade, se torna um espelho da cultura organizacional e um grande diferencial competitivo na gestão de pessoas”, conclui Vivian.