Muito tem-se falado em ESG (Environmental, Social and Governance) ultimamente, a pandemia acelerou, trouxe à tona os problemas ambientais e sociais que ficaram ainda mais evidentes e constrangedores para nós seres humanos. A agenda ESG chegou aos negócios e organizações para dar um impulso ainda maior, a carta de Larry Fink, CEO da Black Rock, foi um prenúncio importante para dizer ao mundo que investimentos sem ESG não fazem mais sentido. E diante disso tudo, as empresas começaram a se organizar para implementar a toque de caixa programas mais robustos de Sustentabilidade. E eis que a área de Recursos Humanos entra como um dos atores mais importantes neste cenário funcionando como elo e como impulsionador do movimento.
Como fazer movimentos importantes sobre Sustentabilidade sem fazer mudanças cirúrgicas na cultura da empresa? E como reconstituir uma cultura em torno desse tema? Eis que os processos de Recursos Humanos surgem como aliados nesta mudança.
Após rediscutir o propósito, missão, visão, valores e até as competências junto ao Board e também envolvendo os colaboradores, e checar sua aderência ao movimento que se quer fazer, todos os demais processos deverão estar alinhados a eles. Atrair e selecionar pessoas aderentes à essas novas competências e/ou valores, incluir no onboarding a importância do tema, investir em formar pessoas da organização tanto comportamental quanto tecnicamente, avaliar as pessoas frente a esses novos comportamentos e, o que é primordial dentro de um processo de mudança, ter metas individuais claras de ESG para que a remuneração e promoções estejam alinhadas a todo o processo.
E se, não houver aderência de alguma pessoa, mesmo que ela seja importantíssima para o resultado atual da empresa, encerrar o seu vínculo, pois, assim ficará bastante claro para todos quais são as verdadeiras mudanças que precisam acontecer dentro da empresa.
Quando todo o movimento de gestão de pessoas está atrelado ao objetivo maior, não tem como dar errado e, para isso, o RH tem que estar atualizado e determinado a fazer rodar a grande engrenagem.
Adriana Chaves, sócia da Cia de Talentos e professora da cadeira de Liderança na César School.