Diretor Geral da HealthBit fala sobre como a healthtech tem atuado com grandes empresas para contenção e redução de custos.
Segundo dados da ANS, 82% dos beneficiários com plano de saúde estão atrelados a algum CNPJ. O que faz com que as empresas, sendo a maior fonte pagadora da saúde suplementar brasileira, tenham um papel cada vez mais difícil, com planos de saúde cada vez mais caros, redes restritas e aumento de reclamações na ANS.
É o que diz Murilo Wadt, co-fundador e Diretor Geral da HealthBit, healthtech que faz parte da RD Saúde e é uma das maiores gestoras de saúde do país. Para resolver essa situação, ele dá dicas para uma boa gestão de saúde e fala um pouco do que as grandes empresas do Brasil estão realizando para conter custos e manter, ou até aumentar, a saúde provida para seus funcionários.
Dados em primeiro lugar
De acordo com o diretor geral, a healthtech se especializou em dados por uma razão muito simples: aumentar a eficiência do sistema de gestão de saúde corporativa. Murilo explica que o primeiro passo é possuir, tratar e analisar os dados de saúde da empresa. “Saúde é algo muito complexo, com várias necessidades. Se não analisarmos os dados, podemos correr para a direção errada. É importante avaliar os dados dentro do contexto da empresa. Não tem como ter resultados na gestão de saúde sem saber respostas, como qual o setor, se o momento exige orçamento restrito e se estamos acima, ou abaixo, dos concorrentes e setor. Todos estes pontos precisam ser analisados para traçar uma estratégia coerente para a empresa, sem olhar só para as modas do momento”, explica.
Ter um cuidado de saúde específico para a sua empresa
O empreendedor explica que os planos de saúde continuam sendo de extrema importância, mas cada vez mais as empresas precisam assumir um protagonismo. “Enquanto os planos de saúde e empresas possuíam margem, era possível aumentar as coberturas e cobrir os custos adicionais e simplesmente ‘terceirizar’ a gestão de saúde para a operadora. O momento é outro e deve-se ter outras abordagens e criar a gestão de saúde própria da sua empresa, focada nas necessidades dela”, diz. Algumas das atividades que as grandes empresas têm realizado, segundo Wadt, são:
- Avaliações do modelo de pagamento entre pré-pagamento (mensalidade fixa) e pós-pagamento (assumir o risco e custos dos atendimentos médicos).
- Customizações de plano, fazendo redes específicas para seus beneficiários e necessidades.
- Criando clínicas in company de atenção primária, contando com clínicas integradas a um sistema de gestão de saúde próprio.
- Criando canais de telemedicina e atendimento 24/7 diretamente sob o comando da área médica da empresa e seus parceiros.
- Fornecendo diretamente programas e benefícios de saúde complementares ao plano de saúde.
“O momento é complexo e soluções simples não solucionaram o problema que temos em mãos. É preciso pensar em soluções mais robustas para complementarmos o que existe hoje, de forma eficiente e viável”, afirma Murilo.