Geração atual deve formar sucessores preparados para assumir o protagonismo, considerando traços de liderança, as habilidades de relacionamento e a capacidade de adaptação dos profissionais
Preparar a liderança para a sucessão pode ser um desafio para as organizações. Não basta apenas identificar e desenvolver líderes potenciais, é preciso também um planejamento a longo prazo capaz de garantir que os objetivos da empresa sejam atendidos.
“A sucessão é um momento importante e delicado para a organização, por isso, deve ser comunicada abertamente para os colaboradores, evitando ao máximo que haja resistência à mudança. Um processo transparente garante que eles se sintam envolvidos e contribuam efetivamente para que ela aconteça da forma mais tranquila possível”, explica Marcelo de Abreu, especialista em liderança e vice-presidente da Employer Recursos humanos.
A Pesquisa Global NextGen 2022 – estudo que envolve os membros da próxima geração em empresas familiares em todo o mundo, divulgada pela PwC, aponta que para a sucessão, os gestores precisam se sentir confiantes de que o negócio está em boas mãos, e os futuros líderes devem garantir que entendem os desafios e têm as habilidades para proteger e expandir o negócio.
A Pesquisa Global de Empresas Familiares 2021 apontou que 24% dos membros da geração atual no Brasil e 30% no mundo disseram ter um plano de sucessão robusto. Entretanto, mais de um terço dos nextgen (38% no Brasil e 39% no mundo) mencionam que há uma resistência à mudança na empresa.
Kenneth Goh, Ph.D., Professor e diretor acadêmico do Business Families Institute, Singapore Management University, acredita que a responsabilidade pela transição geracional não recai apenas sobre os ombros da geração atual. “Os nextgen podem desempenhar um papel ativo contribuindo com suas habilidades de gestão, sempre com base no respeito mútuo e na boa comunicação entre as gerações, para definir os caminhos para os líderes seniores que afirmam sua identidade e status.”
Já Marcelo de Abreu destaca a importância de a geração atual formar sucessores preparados para assumir o protagonismo. Nesse sentido, é necessário considerar traços de liderança, as habilidades de se relacionar com outras pessoas e a capacidade de adaptação dos profissionais.
O especialista destaca, ainda, que o ideal é desenvolver a cultura da formação de novas lideranças desde o momento em que os profissionais ingressam na empresa como estagiários, promovendo experiências práticas para que possam desenvolver as habilidades necessárias e adquirir novos conhecimentos. “Isso garante que tenham compatibilidade com os valores e a missão da empresa”, recomenda.
Genesson Honorato, gerente de inovação para RH no OLX Brasil e Eduarda Antunes, gerente de cultura e desenvolvimento de talentos na Alvoar Lácteos, ao participarem do webinar Tendências de Gestão e Benefícios para o RH, afirmaram que é essencial preparar os líderes e suas equipes para novos desafios. Eles afirmam também que é importante a transição da posição de comando/controle e explicam que, com as novas tendências, as organizações estão passando para uma abertura na autonomia, no empoderamento e na delegação de equipes, deixando que os líderes estejam totalmente à frente de tarefas, tornando-os membros engajados na corporação.
Confira mais sobre o tema no Webinar Tendências de Gestão e Benefícios para o RH, acesso ao Palco Virtual da Employer Recursos Humanos.
Confira outras dicas do especialista:
Identifique e treine talentos: todo profissional pode (e deve) ser treinado para a liderança e para formar novos profissionais. Promova programas de desenvolvimento, treinamentos, workshops, cursos que contribuam para essa jornada.
É importante ter pessoas preparadas para assumir posições chave em casos emergenciais, como a saída de gestores e líderes, por exemplo.
Desenvolva programas de retenção: é importante que os colaboradores tenham a oportunidade de crescerem na carreira e recebam benefícios compatíveis e competitivos ao que o mercado oferece. Para os profissionais é importante fazer parte de uma cultura que valorize as pessoas e reconheça os talentos.
Cultive a marca empregadora: não basta apenas ser um bom lugar para se trabalhar, é preciso que o mercado saiba disso. Portanto, é importante comunicar a cultura organizacional, os benefícios e as oportunidades de crescimento profissional que a empresa oferece.
“Quando uma instituição é conhecida por desenvolver programas de liderança, ela se torna o lugar dos sonhos para candidatos de alta qualidade, o que melhora o índice de retenção e contribui para o recrutamento de novos talentos”, finaliza.