Estudo revela que atividade física pode diminuir atividade cerebral do estresse e reduzir em 23% o risco de doenças cardiovasculares.
Em vez de atividades relaxantes tradicionais, como a pesca, a prática de exercícios físicos pode ser a melhor recomendação para quem está enfrentando o estresse. Esta é a conclusão de um estudo liderado por pesquisadores do Massachusetts General Hospital e publicado no Journal of the American College of Cardiology. O estudo destaca que a atividade física reduz o risco de doenças cardiovasculares ao diminuir a sinalização do estresse no cérebro, um fator crucial considerando que o estresse é um dos maiores males do mundo moderno.
A Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), comenta: “O estresse elevado está associado a um maior risco de obesidade, complicações metabólicas e doenças cardiovasculares. Devemos considerar cada vez mais a prescrição de exercícios físicos para pacientes que sofrem com constante descarga de estresse, estão depressivos ou esgotados.”
Benefícios da Atividade Física
O estudo, que analisou os registros médicos de 50.359 participantes, revelou que aqueles que seguiram as recomendações de atividade física apresentaram um risco 23% menor de desenvolver doenças cardiovasculares. Entre os benefícios identificados, destaca-se a redução da atividade cerebral relacionada ao estresse, impulsionada por melhorias na função do córtex pré-frontal, região do cérebro envolvida na tomada de decisões e controle de impulsos.
Pessoas com condições relacionadas ao estresse, como a depressão, experimentaram os maiores benefícios cardiovasculares. “A atividade física foi aproximadamente duas vezes mais eficaz na redução do risco de doenças cardiovasculares entre aqueles com depressão”, explica a Dra. Garcez. “Esses efeitos podem ser explicados pela redução da atividade cerebral relacionada ao estresse.”
Alimentação e Bem-Estar
A Dra. Garcez também destaca a importância da alimentação para a saúde mental e cardiovascular. “Uma dieta equilibrada e variada, rica em vegetais, frutas, legumes, frutos do mar e alimentos fermentados, pode melhorar a função cerebral, o humor e a qualidade do sono”, diz a médica. Ela ainda recomenda o consumo moderado de chocolate amargo devido às suas propriedades antioxidantes.
Medidas para melhorar a qualidade do sono também são essenciais, já que ele desempenha um papel importante na regulação dos hormônios relacionados ao estresse e ao fortalecimento do sistema imunológico.
A prática regular de exercícios físicos não apenas melhora a saúde cardiovascular, mas também reduz o estresse, especialmente entre indivíduos com condições como a depressão. Médicos e profissionais de saúde devem considerar a inclusão de atividades físicas nas recomendações para pacientes estressados, aproveitando os benefícios amplos e comprovados que o exercício pode oferecer.