Por Gabriel Leite, CMO da Feedz
Você pode investir em muitos aspectos do seu negócio, mas promover a felicidade no trabalho para seus colaboradores pode ser o melhor investimento de todos. Encontrar a felicidade no trabalho é o sonho de grande parte das pessoas.
Muitos dizem que a receita para isso é fazer o que gosta, as empresas entenderam que oferecer ambientes descontraídos pode ser uma opção para a felicidade no trabalho e os líderes buscam estimular o melhor de cada um para que encontrem a felicidade.
Mas será que isso tudo dá resultado? E como realmente construir ambientes de trabalho mais felizes? É o que vamos ver em detalhes neste artigo!
O que é felicidade no trabalho?
A felicidade no trabalho e a satisfação são conceitos subjetivos, enquanto para alguns de nós os benefícios em dinheiro podem ser equiparados à satisfação no trabalho, alguns podem querer, além disso, reconhecimento do seu trabalho árduo e perdem a motivação se não conseguem isso.
Você já ouviu falar da palavra “Arbedjsglæde”?
Arbedjsglæde significa a felicidade que derivamos de ‘fazer’ algo. É uma emoção, uma sensação de bem-estar que surge quando nos sentimos bem com o trabalho que fazemos, quando nos sentimos envolvidos no ‘compromisso profissional’.
O termo Arbedjsglæde é comum na Dinamarca e significa felicidade no trabalho. Em um sentido fundamental, a felicidade no local de trabalho vem quando:
- Gostamos de fazer as tarefas que nos são atribuídas
- Sentimos que estamos conectados com as pessoas com quem trabalhamos
- Estamos felizes com os benefícios financeiros que obtemos com o trabalho
- Nosso trabalho é valorizado
- Temos uma perspectiva futura de melhorar nossas habilidades existentes
- Nos sentimos respeitados e reconhecidos no trabalho
Qual a importância da felicidade no trabalho?
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Center for Positive Organizational Scholarship, da Universidade da Califórnia, colaboradores felizes são em média 31% mais produtivos, três vezes mais criativos e, quando atuam com vendas, conseguem resultados 37% melhores dos que os profissionais desmotivados.
Além disso, quando se sentem satisfeitos com o ofício, os trabalhadores têm desempenho 27% superior aos colegas, 125% menos esgotamento, 32% mais comprometimento e 46% mais satisfação com a função que exercem.
Já para os profissionais, além de ter uma maior qualidade de vida, as estatísticas relacionam felicidade à evolução profissional. A lógica é simples: quanto mais feliz, mais produtivo e engajado, e assim, maior a chance de ganhar promoções e/ou se desenvolver profissionalmente.
5 benefícios em manter os funcionários felizes:
De acordo com o TLNT, é altamente benéfico para as empresas criar um ambiente de trabalho feliz e saudável. Até mesmo porque a perda de funcionários pode ser dispendiosa.
- Melhores habilidades de tomada de decisão
As pessoas estão melhor equipadas para tomar decisões quando são felizes. As dificuldades no trabalho geram algum grau de medo e nervosismo na maior parte das pessoas, mas as pessoas satisfeitas podem voltar ao seu estado de espírito mais rápido depois de enfrentar uma adversidade.
- Pessoas felizes vendem mais
Uma pesquisa simples no Google de “pessoas felizes, produtividade, sucesso, negócios” retorna inúmeros artigos e vários estudos mostrando que colaboradores felizes são mais produtivos.
- Maior inovação
Há evidências fortes que mostram uma correlação entre felicidade e criatividade. Alguns estudos mostraram que os funcionários felizes têm níveis mais elevados de criatividade do que os colaboradores infelizes. Ser feliz pode liberar o cérebro, permitindo maior flexibilidade mental e imaginação.
- Aumento da produtividade
Pessoas felizes são mais saudáveis. Quando os funcionários recebem menos licença por doença, eles são mais produtivos, melhorando assim a sua produtividade.
- Melhor atendimento ao cliente
Quando se trata de atendimento ao cliente, as empresas precisam ser alegres. Quando a moral dos funcionários é alta, as interações com os clientes refletem isso. As pessoas felizes são as pessoas perfeitas para os papéis baseados no serviço ao cliente. Como empregador, você pode gastar tempo e dinheiro em muitos aspectos do seu negócio, mas sua força de trabalho pode ser o seu melhor investimento de todos. Assim, tome medidas pró-ativas para abordar as preocupações dos funcionários e criar um ambiente de trabalho mais feliz.
Como as empresas podem criar ambientes de trabalho mais felizes?
As pessoas buscam por ambientes leves, que estimulem a criatividade e permitam um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Existem muitas fórmulas por aí de como construir um ambiente de trabalho feliz, mas em todas elas o “ingrediente mágico” é a conversa.
Estimular o feedback é essencial. Dessa forma, os ruídos são resolvidos antes de virarem um problema, os profissionais se sentem valorizados por serem ouvidos e ainda recebem um retorno sobre como a empresa enxerga o seu papel dentro da operação.
Tudo isso diminui substancialmente a ansiedade e melhora os níveis de felicidade no trabalho.
Como ser feliz no home-office ou no trabalho remoto?
Em momentos em que o cenário global não é favorável e as pessoas estão tendo que dividir o mesmo espaço profissional e pessoal, a felicidade na hora do trabalho é ainda mais difícil de ser alcançada.
Por isso, a empatia e generosidade são essenciais para criar ambientes leves, de cooperação, sem competição não saudável, abertos para novas ideias, tolerantes a erros e testes e que facilitem a execução das tarefas do dia a dia.
Colocando no contexto de home office: se um profissional tem filhos pequenos e o líder percebe que reuniões matinais são complicadas porque as crianças estão agitadas, não custa nada mudar os encontros para o período da tarde.
São pequenas ações que podem transformar um momento de estresse, em um de produtividade e felicidade.
A generosidade vai no mesmo caminho e gera um ciclo de cooperação. Se, por exemplo, um colaborador que está com o volume de tarefas mais tranquilo se dispõe a ajudar um colega que está sobrecarregado, este se sentirá grato e quando tiver a oportunidade retribuirá a gentileza.
A conversa permeia esses dois elementos, uma vez que é por meio dela que se pode perceber situações em que um colega está desconfortável e entender como seria melhor lidar com o desafio, para ajudar sem tirar o protagonismo, autonomia e liberdade do outro.
O papel dos líderes na felicidade dos colaboradores
Os líderes precisam criar uma cultura de feedback onde seja normal os colaboradores compartilharem seus sentimentos. Quando compartilhamos o que estamos sentindo, tendemos a encontrar dois cenários:
- Quando o sentimento é ruim
Neste caso, falar as preocupações ou até mesmo as chateações ajuda na resolução dos problemas. Ao passo que não deixamos o sentimento ruim evoluir, podemos lidar com ele de forma mais simples, com mediação. Isso evita que algo se acumule e impacte negativamente nas entregas.
- Quando o sentimento é bom
Ao falar nossas conquistas, incentivamos as outras pessoas do time a se sentirem da mesma forma. Além do mais, pessoas satisfeitas, tendem a ser mais solícitas para ajudar no desenvolvimento dos colegas e aprimorar o seu próprio.
O compartilhamento dos sentimentos pode ser feito por meio de uma plataforma de gestão de pessoas, ou reuniões one on one. É importante que o líder tenha acesso a esses relatos para poder fazer a mediação no caso de problemas, e a valorização do colaborador, caso o sentimento seja positivo.
Até agora falamos de sentimentos relacionados à vida profissional. Mas é importante que o líder entenda os colaboradores por completo, respeitando quando estes têm problemas fora do trabalho e ocasiões de comemoração.
Assim, os profissionais terão ainda mais engajamento com o negócio, o que também estimula que se sintam felizes no ambiente de trabalho.
E na sua empresa, como é visto o compartilhamento de sentimentos? Você estimula ou reprime esse comportamento? É importante refletir sobre essas ações, sejam elas conscientes ou não.