No ambiente corporativo, há algumas regras que devem ser seguidas para que ninguém fique em situação desconfortável durante a troca de presentes. Para ninguém cometer gafes no amigo oculto, o professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV Ebape), Marco Tulio Zanini, explica que deve-se evitar exageros; afinal, festa de trabalho não é um ambiente privado.
“A prudência é sempre recomendável. Festas da empresa sempre fazem parte do ambiente de trabalho. A intimidade das pessoas deve ser resguardada e não se deve fazer brincadeiras que ultrapassem o limite do respeito. As pessoas devem se disciplinar e ter moderação caso façam uso de bebidas alcoólicas. Se a pessoa não consegue se controlar, então não deve beber”, alerta Marco Tulio Zanini.
O professor da FGV Ebape ressalta que, participar do amigo oculto é sempre uma opção e nunca deve ser uma imposição. No entanto, ressalta que a liberdade por participar ou não pode depender do ambiente da organização. “Em algumas empresas, essa atitude pode não ter impacto algum. Em outras, no entanto, a recusa em participar de eventos como este pode soar como uma falta de disposição para a socialização com os demais colegas”, esclarece Marco Tulio Zanini.
O que fazer se tirar o chefe ou uma pessoa de que não gosta? Marco Tulio Zanini ressalta que não há uma recomendação geral. Em algumas empresas, a participação do chefe pode inibir a espontaneidade e adesão das outras pessoas. Em outras empresas, a inclusão do chefe pode ser muito bem-vinda.
“Se ele é próximo dos funcionários, pode participar e até liderar as comemorações. De toda forma, dar presente para o chefe acima do valor estipulado é altamente desaconselhável. Essa atitude pode ser vista pelos outros colegas como bajulação. A pessoa que age assim pode ser vista pelos outros como oportunista. O ideal é que todos participem com presentes dentro da faixa estipulada, entendendo que o propósito do evento é celebrar a vida em equipe”, indica Zanini.
Já para quem tem receio em tirar um colega do qual não gosta, Zanini diz que o ideal é optar por não participar. Segundo ele, na hora das apresentações, o profissional não deve cometer exageros e nem falar da intimidade de um colega, que pode se sentir constrangido. “É preciso respeitar o outro. Nem todos possuem a sensibilidade sobre o limite entre uma brincadeira despretensiosa e a falta de respeito. Até mesmo o excesso de zelo, com muitos elogios, deve ser evitado, pois essa atitude também pode ter uma conotação negativa. É preciso zelar para que haja uma confraternização positiva, onde todos se sintam bem”, aconselha Zanini.
Qual presente e valor? Zanini diz que tudo depende de quem recebe e do grau de intimidade que se tem com a pessoa. Para ele, pode ser algo de utilidade pessoal ou um item que a pessoa saiba que o amigo oculto está precisando. “Não há problemas se o presente for algo que pode ser usado somente no ambiente de trabalho. Quanto ao valor, a pessoa deve dar algo que esteja dentro das suas condições financeiras no momento. O presente é apenas um pretexto para que haja a celebração”, argumenta Marco Tulio Zanini.