A equidade é o alicerce sobre o qual construímos as bases para um ambiente de trabalho justo
Por Elisa Mendoza – Diretora de Recursos Humanos da MSD Brasil
A indústria farmacêutica desempenha um papel vital no avanço da saúde global, e a promoção da diversidade, equidade e inclusão (DE&I) dentro deste setor é essencial para impulsionar a inovação e garantir um atendimento médico eficaz e equitativo para a população.
A diversidade abrange uma gama de dimensões, incluindo gênero, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, habilidades físicas e mentais, entre outros. No entanto, apesar dos avanços dos últimos anos, desafios persistem. A representatividade de certos grupos étnicos, de gênero e sociais em cargos de liderança ainda é desproporcional. O reconhecimento e a abordagem dessas disparidades são cruciais para impulsionar mudanças significativas na direção da equidade.
A equidade é o alicerce sobre o qual construímos as bases para um ambiente de trabalho justo. Todos os colaboradores merecem oportunidades iguais de crescimento, desenvolvimento e reconhecimento. Significa promover a remoção de barreiras que impedem o acesso equitativo aos recursos, mentorias e progressão de carreira. É importante estamos comprometidos em garantir que cada indivíduo na nossa empresa, independentemente de sua origem, identidade ou experiência, tenha acesso igual a essas oportunidades.
A inclusão é o processo de criar um ambiente em que todas as pessoas sintam que pertencem, são valorizadas, respeitadas e ouvidas. Isso implica na promoção de uma cultura organizacional que celebra a diversidade e incorpora as perspectivas de todos os colaboradores. As empresas têm investido em programas de inclusão, como grupos de afinidade, treinamentos de sensibilização e liderança consciente, e estratégias para criar um ambiente de trabalho acolhedor e inclusivo para todos os colaboradores, gerando maior conexão entre as pessoas. Na pesquisa “Diversidade, Equidade e Inclusão nas Organizações”, realizada pela Deloitte em 2023, nota-se que 76% das grandes empresas no Brasil têm uma área dedicada ao tem, ou pelo menos práticas de DE&I estabelecidas. Em comparação com 2022, houve um aumento de 13% no número de empresas em que a área de DE&I é liderada pelo presidente ou vice-presidente, o que mostra que o assunto vem ganhando peso estratégico nas organizações.
Contudo, é necessário reforçar a importância das ações da empresa voltadas para as práticas de diversidade, equidade e inclusão para diminuir eventuais resistências internas relacionadas a cultura organizacional. Desafios como baixa adesão das lideranças e um ambiente de negócios conservador podem mitigar os esforços dos grupos de afinidades e demais ações dentro do ecossistema de DE&I. Quando focamos na criação de uma cultura inclusiva e acolhedora, promovemos maior identificação dos profissionais com a empresa, e isso tende a fortalecer os laços de confianças entre as pessoas e as diversas áreas que compõe uma organização, o que, por sua vez, ajuda a tornar o trabalho mais colaborativo. As principais práticas e treinamentos de DE&I oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores envolvem: promoção do respeito às diferenças no local de trabalho (86%), e treinamentos de DE&I voltados aos líderes (84%).
A promoção da diversidade não é um trabalho de uma pessoa ou departamento, mas uma missão coletiva. Incentivamos o diálogo aberto, feedback construtivo e ação colaborativa para aprimorar nossas práticas. É igualmente importante investir em programas de treinamento e desenvolvimento, bem como em parcerias com organizações que apoiam a diversidade e a inclusão. Não buscamos apenas cumprir quotas ou métricas, mas sim promover uma mudança cultural e sistêmica que beneficie a todos.
Além dos aspectos éticos, a DE&I é uma vantagem competitiva. A inovação e a criatividade são impulsionadas por perspectivas diversas. Atrair e reter talentos de diferentes origens nos permite oferecer soluções mais inovadoras e relevantes para nossos clientes e as comunidades onde atuamos.