Consultoria apresentou uma pesquisa inédita sobre gestão de performance
Em meio a tantos debates sobre máquinas e tecnologia, o Web Summit Rio abriu espaço também para as pessoas. O maior evento de inovação do mundo chegou ao Rio de Janeiro para a sua primeira edição fora da Europa. Nesta quarta-feira (3), duas palestras realizadas no palco da B3 trouxeram o ser humano como ponto central. O diretor da Falconi para soluções de Gente, Fernando Ladeira, mostrou resultados de uma pesquisa da consultoria sobre como RHs mensuram o desempenho dos profissionais após a transformação digital.
— Descobrimos muitas informações importantes com a realização desse estudo. Mas o ponto mais relevante é que gestão de desempenho continua sendo importante para os RHs das empresas, continua existindo e as organizações não deixaram de fazer. O que acontece é que esse processo está evoluindo com o tempo, está mais on time e bem mais online e, principalmente, olhando mais para a frente do que apenas dando feedbacks — diz Ladeira.
A pesquisa apresentada pelo especialista buscou entender o cenário atual das companhias dentro do tema de gestão de performance a partir das respostas de cerca de 400 organizações respondentes. Os dados revelam que 64% das organizações têm um processo padronizado e formalizado de gestão de performance. No entanto, entre os 36% que não têm uma gestão de performance estruturada, 74% reconhecem a importância e pretendem implementar em um período de dois anos por motivos como reconhecimento, engajamento para atingir resultados e promoção de equipes de alta performance.
— O Web Summit é uma oportunidade para desmistificar o uso da tecnologia na gestão de pessoas. Hoje, 86% das companhias que usam people analytics apontam a melhora da tomada de decisões e isso permite que o foco esteja centrado no desenvolvimento dos times e na geração de valor ao negócio. Não tem como não considerarmos a tecnologia nos processos de gestão de performance, isso tem uma relação direta com a satisfação dos usuários, além de fortalecer a transparência e credibilidade do processo — diz Ladeira.
Já a CEO da FRST, Juliana Scarpa, apresentou como a tecnologia pode ser uma aliada na qualificação de funcionários e na formação de equipes de alta performance. Para ela, o desempenho por meio do aprendizado é hoje a maior oportunidade das organizações.
— A inteligência artificial somada à “estratégia de plataforma” possibilita revolucionar o modelo de aprendizado nas organizações, conectando pessoas e conhecimento de forma altamente personalizada. O foco nas soluções de problemas reais vivenciados nas organizações e o desenvolvimento das habilidades do novo mundo do trabalho conectam o momento de “aprender e trabalhar” tornando real o lifelong learning — disse Juliana.
Ladeira corrobora a importância, já levantada pela CEO da FRST, da qualificação:
— As pessoas estão se tornando cada vez mais o grande ator que diferencia as empresas umas das outras. É importante que as organizações invistam no desenvolvimento de seus funcionários para agregar valor ao negócio. Não se pode ignorar o uso da tecnologia para aprimorar os processos de gestão de desempenho — comenta o diretor da Falconi.
Hoje, o uso da tecnologia é comum a 70% das empresas. E dentro desse contexto, people analytics surge como uma das principais tendências. O termo define um método de gestão de pessoas baseado na coleta e análise de dados sobre os funcionários de uma empresa que podem tornar as decisões mais estratégicas e eficientes. Ainda dentro desse contexto, 86% das empresas que usam people analytics destacam melhora na tomada de decisões.
Para quem não faz uma gestão de performance, os principais motivos disso envolvem baixa maturidade em gestão organizacional e de pessoas: ausência de processo desenhado (59%), falta de desdobramento de metas para mensurar a performance individual (40%) e complexidade para abranger toda a empresa de uma só vez no processo (25%).
O Web Summit Rio acontece até esta quinta-feira e, durante os quatro dias de evento, reuniu cerca de 20 mil pessoas no Riocentro, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. O festival foi ponto de encontro entre CEOs, investidores e autoridades políticas e culturais.