É imperativo que as empresas abram diálogo com seus colaboradores, proporcionando um ambiente de escuta confiável
Carolina Mazziero, head de RH Latam do Compra Agora
Uma das reflexões trazidas pela pandemia de Covid-19 é a forma de trabalhar. Até pouco tempo, o modelo que poderia ser adotado pelas empresas – o remoto, o presencial ou o híbrido – estava no topo da lista tornando-se um ponto de discussão constante. No entanto, nenhum padrão foi estabelecido e o cenário atual promove mais perguntas do que respostas. Qual o futuro do trabalho? O que faz um colaborador feliz e completo? O que realmente o satisfaz?
Os últimos três anos serviram como um catalisador para reavaliação de propósito e valores pessoais. O levantamento “Futuro do Trabalho Reinventado”, realizado pelo Gartner, revelou que a pandemia fez 65% dos funcionários repensarem o peso que o trabalho tem em suas vidas e 52% passaram a questionar o propósito de sua rotina nas companhias. Dado que considero preocupante é que apenas 45% acreditam que a sua organização realmente os vê como pessoas.
Essa constatação lança um alerta sobre a postura dos líderes e traz à luz nova reflexão: as empresas estão cultivando uma cultura na qual esses líderes compreendem as ansiedades e ambições individuais? Estão criando um espaço onde funcionários podem expressar suas preocupações sem receio de críticas ou se sentirem ouvidos e cuidados em sua integralidade?
É imperativo que as empresas abram diálogo com seus colaboradores, proporcionando um ambiente de escuta confiável. Essa abordagem não apenas promove a felicidade individual, mas também gera um aumento na produtividade. Esta é um pouco da jornada que busco como head de RH Latam do Compra Agora: preparar os líderes para a construção dessa mentalidade e para destravar a energia da organização por meio do cuidado individual.
A jornada é desafiadora porque o modelo de liderança varia bastante. Acredito na construção de planos individuais de desenvolvimento – o que me motiva, o que me gera energia, o que significa saúde mental para mim – dando subsídios para que o líder olhe cada indivíduo de uma forma mais ampla.
As organizações são formadas por pessoas, e é essa força vital que requer atenção e fortalecimento para enfrentar os desafios futuros. É preciso preparar as equipes não apenas para as demandas do presente, mas também para os futuros que se desenham no horizonte. E ficará tudo bem.