As previsões e análises sobre as profissões do futuro empregam todos os anos um ritmo alucinante nas pessoas pela busca da reinvenção já que muitas funções tendem a deixar de existir. E aqui uso o “tendem” porque há duas décadas anunciavam o fim do cobrador de ônibus. De fato, uma ocupação que diminuiu, se adaptou, mas continua entre nós.
Há quantos anos convivemos também com os milhões de desempregados e as milhares de vagas em aberto que não são preenchidas por falta de qualificação profissional? Ao mesmo tempo que esses profissionais não se adaptaram para essas vagas, eles se adaptaram para o mercado informal e também para empreender como microempresários.
E enquanto estávamos numa onda de reclamar que as redes sociais e o mundo digital distanciavam as pessoas, pontuando que na mesa do jantar ficava cada um no seu celular, perdendo conexões pessoais, fomos surpreendidos pela nova realidade, de quarentena forçada, em que, se não fossem as mesmas ferramentas tão criticadas, estaríamos totalmente isolados.
A internet, aquela que poderia tirar o emprego de tanta gente, hoje é mais um meio de contratação. As pessoas se adaptam rápido. Mas, mais do que isso, os profissionais se adaptam muito rápido. A relação supervisionada do escritório virou relação de confiança e produtividade no home office. As equipes estão mais focadas em combinar entregas e na prestação de serviços em si do que na velha relação patrão X empregado.
As competências emocionais nunca foram tão testadas, assim como a flexibilidade e a paciência nunca foram tão praticadas. E o resultado disso? Sucesso corporativo. Profissionais da área de eventos empresariais, por exemplo, nunca imaginaram prestar serviços para pessoas físicas, muito menos via delivery ou drive-thru. E hoje grandes buffets viraram restaurantes, decoradores viraram fãs de datas comemorativas com arranjos e ramalhetes de flores, e, de um jeito ou de outro, muita gente se reinventou e experimentou novas direções.
Assim, notamos que a verdadeira luta pela sobrevivência deixa bons legados. Basta não parar, sempre se adaptar. E o ser humano sabe fazer isso.
Por Ricardo Sanchez Herreira, Diretor de RH & Eventos da Consiga+,
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