Empresas que tem boas práticas em governança superam com mais segurança os momentos difíceis
Da redação
A governança tem um papel fundamental dentro de uma empresa, seja ela pequena,média ou grande. O que muda é a forma de conduzir os trabalhos, e os objetivos de seus proprietários. Quanto antes começarem os processos mais fáceis serão as mudanças que a organização passa, assim como o crescimento que será uma consequência dos bons atos.
Toda organização conta com um método de governança, porém nem todos fazem dela uma bem feitoria dentro de seu negócio, muito pelo fato de não colocar no planejamento de sua equipe e não estar tão evidente aos colaboradores. “A governança das organizações afeta mais a liderança, ou seja, os sócios, o conselho administração (se houver) e a diretoria. Em geral, os líderes devem dar o exemplo, colocando em prática os compromissos da empresa, por exemplo, se submetendo ao mesmo código de conduta dos colaboradores”, explica o consultor em governança Carlos Eduardo Lessa Brandão.
As boas práticas de governança sempre fazem com que a empresa cresça em sua área de negócio. Até mesmo por mostrar que tem uma maneira de levar a organização, sem muitos problemas, pois tudo está com processos e regulamentado. Facilitando assim, investimentos por parte de outras organizações que veem valor nela. Neste ano, diversas empresas passaram por graves problemas, até mesmo por não saber que decisões tomar para não ser afetada de forma drástica pela economia.
De acordo com o professor de governança do Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE), Carlos Ercolin, governança, ao contrário do que muitos pensam, não é característica de empresa grande, apenas. “Toda empresa possui governança. Para começar, basta ter vontade e acreditar que a governança veio para ajudar os empreendedores, e não para burocratizar a empresa. Pequenas ações como profissionalizar a empresa e separar cargos e funções, devem ser adotadas”, diz.
Uma das características da governança é o tempo em que ela é construída. Leva-se certo período para que ela seja estabelecida e também internalizada pela alta gestão, líderes e até mesmo os colaboradores. “O ditado ‘governança é uma jornada’ indica que esse tema deve ser objeto de atenção constante por parte da liderança das organizações, buscando ajustar as práticas de governança às necessidades das empresas. Avaliar o sistema de governança existente e identificar um programa de melhorias é um bom começo”, aponta Lessa Brandão.
Os proprietários devem deixar as práticas de governança claras para seus colaboradores, por meio de códigos, documentos, processos e, principalmente, de práticas alinhadas com o que foi escrito. “Deve-se não apenas implantar as boas práticas, mas praticá-las e, para isso, é preciso muito treino, treino e mais treino, com a participação do maior número de colaboradores”, explica Ercolin.
Algumas práticas podem ser adotadas pelas organizações para alcançarem a excelência em vários pontos. “A maturidade das organizações com relação às boas práticas de governança varia muito. Um conjunto de práticas recomendável inclui a elaboração de um acordo entre os sócios, a implementação de um órgão colegiado para apoiar e monitorar a diretoria (conselho de administração ou conselho consultivo) e contar com uma auditoria externa das demonstrações financeiras, o que ajuda a aperfeiçoar os controles internos e a evitar riscos. Adicionalmente, elaborar e divulgar um relatório anual e implementar um código de conduta”, detalha o especialista.
Para o professor Ercolin, a diversidade por si só já traz uma oxigenação. “Ao implantar um órgão colegiado (como o conselho de administração) ganha-se na qualidade das decisões, pois não se tem a ‘verdade absoluta’ do dono, mas se ouve, se discute e, por final, se decide o melhor caminho, sem filtros ou pré-conceitos. Com isso a empresa passa para um novo patamar de gestão, muito mais profissional e distante dos personalismos de uma pequena empresa amadora”, completa.