Iniciativa visa promover uma cultura corporativa mais humanizada, valorizando a saúde mental dos profissionais e prevenindo transtornos psicológicos no ambiente de trabalho.
O Governo Federal, em parceria com empresas e sindicatos, anunciou a inclusão da saúde mental nos relatórios de gestão de risco das organizações, marcando um avanço significativo para o ambiente corporativo brasileiro. A iniciativa busca promover uma gestão mais humanizada, reconhecendo a importância do bem-estar mental dos profissionais como um fator crucial para a sustentabilidade e sucesso das empresas.
A pandemia trouxe à tona a urgência desse tema, com o número de afastamentos por problemas psicológicos triplicando nos últimos anos. Síndrome de Burnout, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) severo são apenas alguns dos desafios enfrentados por trabalhadores em um cenário que ainda carece de políticas estruturadas para lidar com essas questões.
Diante desse contexto, a psicanalista Dra. Andréa Ladislau destaca a importância de um trabalho contínuo e dedicado para implementar práticas de acolhimento mental nas organizações. “Trata-se de um trabalho de formiguinha, que requer diversas ações articuladas para equilibrar o ambiente corporativo e envolver os colaboradores de maneira mais profunda em todos os processos da empresa”, afirma Ladislau.
A gestão humanizada, segundo especialistas, não se resume a tratar o funcionário como um simples executor de tarefas, mas como uma peça-chave no sucesso e na solidez da empresa. “Quanto mais feliz e emocionalmente equilibrado o profissional estiver, mais engajado ele será em suas funções”, complementa Dra. Andréa.
Algumas empresas já estão à frente nesse movimento, adotando programas voltados à saúde mental, como apoio psicológico, palestras, incentivo à prática de atividades físicas, concessão de folgas, redução de carga horária e dinâmicas regulares para melhorar a qualidade do ambiente de trabalho. Essas ações têm como objetivo prevenir e combater episódios de ansiedade, depressão, Burnout e outras condições que afetam não só o indivíduo, mas também a coletividade dentro das organizações.
A proposta do Governo Federal, portanto, vai ao encontro dessa nova perspectiva de gestão, onde o funcionário é visto como um componente integral das estratégias da alta direção. O foco é criar um ambiente de trabalho onde o respeito, a valorização e a atenção à saúde mental sejam práticas cotidianas, promovendo a motivação e o equilíbrio nas relações de trabalho.
“Quando há uma cultura de respeito e valorização, as pessoas tendem a trabalhar mais motivadas, e essa cultura organizacional saudável reflete diretamente no desempenho e na qualidade de vida dos colaboradores”, ressalta Dra. Andréa Ladislau.
Com a implementação dessas práticas, espera-se que as empresas não só melhorem seus resultados, mas também contribuam para a construção de uma sociedade mais saudável e equilibrada. A comunicação eficaz, enfatiza a psicanalista, é fundamental nesse processo, servindo como base para relações sólidas e harmoniosas dentro do ambiente corporativo.