A violência contra a mulher tem crescido de maneira alarmante. Por isso, na busca contínua por equidade e empoderamento feminino, LEVEE, Instituto Vasselo Goldoni, Demarest e CMI Business Transformation, iniciam a maior pesquisa no Brasil com objetivo de compreender o posicionamento das empresas em relação à temática da violência contra mulher. A pesquisa – realizada pela Talenses – será anunciada durante uma coletiva de imprensa com Maria da Penha Fernandes, presidente do Instituto que tem o seu nome, sobre a instalação e funcionamento da primeira Unidade do Instituto em Pernambuco.
A pesquisa faz parte da iniciativa de quatro mulheres: Ivana Mozetic, Edna Vasselo Goldoni (IVG), Maria Helena Bragaglia (Demarest) e Maristella Iannuzzi (CMI), que estão a frente de projetos de empoderamento feminino em suas organizações, e criaram A Rota VCM – de Vida, Coragem, Mulher, iniciais que significam a transformação de violência contra a Mulher. Os dados servirão como base para o lançamento de uma plataforma viva para compartilhamento de informações e conhecimento. A ideia é aumentar a conscientização das empresas em relação ao tema e convocar o empresariado brasileiro a serem agentes de mudança na sociedade.
“Meu sonho é criar um cenário de integração, equidade de gênero e ambiente seguro para as mulheres trabalharem e se desenvolverem como cidadãs e seres humanos. Precisamos falar sobre o tema e precisamos que a sociedade civil e o corpo empresarial seja mais atuante, por isso queremos compartilhar mais dados e informações sobre um tema tão importante para a sociedade brasileira”, afirma Edna Vassello Goldoni, que além de criadora do Rota VCM também foi a responsável por organizar o Fórum IVG.
As perguntas do estudo serão enviadas para mais de 10 mil RHs do Brasil das bases de clientes da LEVEE e da Talenses, empresa parceira que fará tudo sem custos, e abordarão as políticas de promoção de equidade, empoderamento, quantidade de mulheres trabalhando nessas empresas, além de políticas para combater o assédio e ações para apoiar funcionárias vítimas de violência.
Com idealização da IVG, apoio institucional e promocional da LEVEE, e direção executiva da Demarest e IMC, a plataforma da Rota será lançada no último trimestre deste ano, em paralelo aos resultados da pesquisa. O projeto também tem apoio, da ONU Mulheres e Pacto Global, Instituto Maria da Penha e Instituto Patrícia Galvão.
A plataforma reunirá em um único local todas as informações hoje pulverizadas e terá seu foco principal no apoio aos profissionais de recursos humanos e gestores de empresas que tem que lidar com este tipo de situação sem suporte algum. Organizadas por área de interesse que serão chamadas de pílulas, a plataforma reunirá as informações mais relevantes que uma vítima, um familiar, um amigo e principalmente uma liderança empresarial precisam saber para ajudar uma mulher nessa situação.
O projeto surgiu como resposta ao 1º Fórum IVG, beneficente ao Instituto Maria da Penha, realizado em abril deste ano, que reuniu mais de 200 pessoas e 20 organizações com objetivo de apresentar e incentivar empresas a abraçarem a causa, além de adotarem políticas e programas de empoderamento feminino, reintegração e, em especial, combate à violência contra as mulheres.
Para Ivana Mozetic, VP de Marketing da LEVEE, a dependência financeira é um dos principais fatores que mantém mulheres em situação de vulnerabilidade e em relacionamentos abusivos e é por isso que essa também é uma responsabilidade das companhias. Isso porque dados divulgados pelo DataSenado mostram que das brasileiras que sofreram violência no último ano, 60% não têm renda ou recebem até dois salários mínimos, e somente 28% exercem algum tipo de trabalho remunerado.
Ao falar sobre o cenário atual das mulheres no Brasil, Adriana Carvalho, da ONU Mulheres, afirma que além de políticas públicas, rede de atendimento eficiente e trabalho da sociedade civil, as empresas também têm que fazer sua parte. “O Brasil é o 5º no ranking da violência contra a mulher. Está na hora de parar. Informação é a melhor arma contra a violência”, finaliza Regina Célia Barbosa, vice-presidente do Instituto Maria da Penha.